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Mensagem para o Advento de 2024de Dom Virgílio Antunes Chegámos ao tempo do Advento. Toda a humanidade precisa de renovação: os cristãos, dispõem-se a um forte aprofundamento da sua relação de fé em Deus e do seu amor aos irmãos; os que ainda não chegaram à fé e ainda não se sentem tocados pelo conhecimento do amor de Deus, podem dispor-se à realização de um caminho de procura das verdadeiras razões de viver, de esperar e de amar. O testemunho dos crentes, quando autêntico e sincero, pode ser uma grande ajuda para todos os homens e mulheres do nosso tempo, marcado por tantos anseios e dramas sem resposta.  O início do novo ano litúrgico é um tempo favorável para a conversão da mente, do coração e da vida. O Senhor está connosco, pois já veio na humildade da nossa carne, e continua a bater à nossa porta com palavras e gestos de bondade, que nos oferecem um novo futuro e com o nosso testemunho quer dar um futuro novo a toda humanidade. Somos convidados a celebrar este Advento na alegria, na oração e na esperança, seguindo os passos da Virgem Maria, a mulher e mãe feliz e orante, cuja esperança nunca desfalece, porque ancorada em Jesus Cristo, o Senhor e Salvador. A alegria íntima da Virgem Maria nasce da sua memória agradecida pelos dons que Deus concedeu ao seu povo. “O meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador!” (Lc 1, 47), canta ela no Magnificat, quando recorda todos os acontecimentos do passado distante do povo a que pertence e do passado recente da sua própria história. Após o drama da perda e encontro de Jesus no Templo de Jerusalém, depois de O ouvir dizer que tinha de estar na casa de Seu Pai, diz o evangelista que “Maria conservava todos estes acontecimentos no seu coração” (Lc 2, 51). Era um misto de contemplação do mistério de Jesus, unido à perplexidade do momento, mas sempre vivido na alegria da fé e da disponibilidade para quere o que Deus quer. Acolher o mistério de Jesus na contemplação, com todas as surpresas que a vida nos oferece, na alegria da fé, é um dom de Deus, que havemos de cultivar no tempo do Advento, que é imagem de toda a nossa peregrinação de cristãos. Somos chamados a olhar para a nossa própria vida e para a vida de toda a humanidade com Maria, que encontra na fé as razões para a alegria quando para acompanha Jesus da incarnação à ressurreição, passando pelo percurso do anúncio da Boa Nova até ao calvário e à morte na cruz. Maria encontra na oração bíblica e na oração da sua vida o caminho da união com Deus e de aceitação da Sua vontade. Quando pronuncia as palavras do Magnificat “A minha alma glorifica o Senhor” (Lc 1, 46), está a resumir toda o seu louvor e gratidão a Deus pelas maravilhas que realizou nela e em todos os seus filhos. Vivemos este Advento ainda no Ano da Oração e na preparação para o Jubileu que se aproxima. Com o escreveu o Papa Francisco, “a oração é a respiração da fé, é a sua expressão mais apropriada, qual grito silencioso que brota do coração de quem crê e se abandona a Deus” (Rezar hoje, um desafio a vencer, Paulinas, p. 7). Jesus ensinou os seus discípulos a rezar em todos os momentos e Ele mesmo, manteve uma relação de amor orante com o Pai. Nós recebemos esse tesouro por meio da Igreja e a nossa vida cristã não subsiste sem essa resposta amorosa constituída por palavras, silêncios e ações através dos quais manifestamos a nossa gratidão, o nosso louvor e as nossas súplicas. Neste Advento, somos convidados a intensificar a nossa relação orante com Deus. Participamos na liturgia dominical, mas procuramos também as formas de oração pessoal, familiar e comunitária que a Igreja nos oferece. A nossa Diocese preparou a lectio divina para o Advento, ou seja, um roteiro de oração bíblica, que nos leva às fontes da revelação e do encontro com Jesus na Palavra Sagrada, que podemos aproveitar. Convido especialmente as famílias a reunirem-se muitas vezes à volta dos símbolos do Advento e, sobretudo do Presépio, símbolo do Natal, para os momentos orantes que fortalecem na fé e dão sentido às festividades. O Advento é, por excelência, o tempo em que exercitamos a esperança. Deus que foi fiel às promessas ao Povo de Israel, enviando Jesus, Seu Filho, o Messias e Salvador, continua a ser sempre fiel e a oferecer-Se como a única esperança que não engana (cf Rm 5, 5). A Virgem Maria como Mãe de Jesus põe n’Ele toda a sua esperança. Neste tempo do Advento olhamos sobretudo para a sua confiança inabalável em Deus que lhe anuncia a incarnação do Verbo no seu seio imaculado. Acolhe esse anúncio na esperança que vê fortalecida em todos os momentos da sua relação com Jesus e que culminará na fé nascida na Páscoa de morte e ressurreição de seu Filho. Somos convidados a deixar que Deus fortaleça a nossa esperança em todo o percurso da nossa vida e a dar testemunho de esperança a uma humanidade, por vezes, desanimada, desiludida ou mesmo desesperada. Ao acolhermos a esperança que Jesus nos dá neste Advento, estamos já a alimentar a onda da esperança que não engana e que contrasta com as muitas esperanças fugazes e enganadoras. Em casa, no trabalho, na escola ou na comunidade cristã, podemos falar de esperança uns com os outros. Ajudará cada um a tomar consciência da esperança que o move ou que lhe falta; ajudará também os outros a considerarem com mais profundidade os alicerces sobres os quais edificam a sua vida. Invoco para todos a bênção amorosa de Deus e peço à Virgem Maria que guie o caminho do nosso Advento, numa esperança semelhante à sua. Virgílio AntunesBispo de Coimbra  
NOTA PASTORAL DO BISPO DE COIMBRAANO PASTORAL DE 2024-2025   PEREGRINOS DA ESPERANÇA Terminámos o Plano Pastoral Diocesano que orientou o melhor das nossas energias no triénio de 2021-2024, sob o tema: «Diocese de Coimbra. Jovem levanta-te! Cristo vive.». Como temos feito em relação aos planos pastorais anteriores, este será um ano de avaliação do Plano cessante e de reflexão sobre o próximo Plano Pastoral. Todo o trabalho feito no decorrer do Plano que termina, no entorno dos jovens, permanece em aberto e há de dar muitos frutos, dos quais esperamos que o Sínodo dos Jovens seja simultaneamente um fruto amadurecido e semente de muitos outros. Por isso queremos dedicar-lhe este ano também especial atenção. Celebramos o Jubileu 2025. Na comunhão da Igreja diocesana com a Igreja universal e o Santo Padre, este seria sempre um polo dinamizador da nossa reflexão e ação celebrativa! Mas a feliz coincidência de recair sobre um ano intercalar entre planos pastorais diocesanos dá-nos a oportunidade de o podermos celebrar de um modo mais intenso e dedicado, assumindo-o como “centro” do ano pastoral 2024-2025 na Diocese de Coimbra. I. JUBILEU DE 2025 1. JUBILEU E ANO DA ORAÇÃO “Peregrinos da esperança” foi o tema escolhido pelo Papa Francisco para o Jubileu Ordinário do ano de 2025. Na Bula de proclamação do Jubileu, intitulada “A esperança não engana” (Rm 5, 5), o Papa oferece algumas linhas de reflexão sobre a teologia da esperança e as orientações fundamentais que a Igreja deve ter em conta ao longo do ano celebrativo.  Convido todos a lê-la e a meditá-la, a fim de nos sintonizarmos com o Papa e com a Igreja, que nos abre as portas da esperança no meio de tantas realidades que facilmente a podem matar em cada um de nós, na Igreja e na comunidade humana. Acima de tudo, somos convidados a renovar a fé em Jesus Cristo, que é a nossa única esperança que não engana, porque, sendo Filho de Deus, que morre e ressuscita, nos abre à esperança no tempo presente e aos horizontes de esperança da vida eterna. Preparamos este tempo de graça ao longo do Ano da Oração, que está em curso, e que nos leva a entrar na relação de amor que Deus propõe a toda a humanidade.  A oração nasce da atitude crente e realiza-se na aceitação filial dos laços de amizade que Deus nos oferece. Esta atitude filial, expressa-se na escuta da Palavra inspirada da Escritura; nas palavras de louvor, gratidão e súplica que dirigimos a Deus; no silêncio contemplativo de cada dia; na vida segundo o Espírito, que inclui ações de caridade e testemunho dos valores evangélicos; na reunião da assembleia cristã que celebra os mistérios da fé e que culmina na Eucaristia. O caminho que temos disponível para alimentar a esperança que Jesus nos dá, é este da oração, que faz sintonizar o nosso coração com Ele e com o Seu amor.  A oração alimenta também a nossa fé, como relação de confiança inabalável no Senhor, que não se limitou a pronunciar palavras e discursos orientadores, mas que por nós morreu, dando-nos o sinal maior do Seu cuidado pela humanidade.  A oração alimenta ainda a caridade, pois quem sintoniza com Deus que é amor, acolhe o anseio de viver no amor, que se manifesta no extremo cuidado com os outros.   2. A ESPERANÇA NÃO ENGANA 2. 1. O TEMA DO JUBILEU O tema do Jubileu 2025 – a esperança não engana - foi retirado da Epístola aos Romanos, capítulo 5, versículo 5, que continua dizendo: “porque o amor de Deus foi derramado nos nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado”.  Este versículo faz parte de um texto mais longo, Rm 5, 1-11, em que São Paulo nos assegura que o amor de Deus é a razão de ser da nossa esperança. “1*Portanto, uma vez que fomos justificados pela fé, estamos em paz com Deus por Nosso Senhor Jesus Cristo. 2Por Ele, tivemos acesso, na fé, a esta graça na qual nos encontramos firmemente e nos gloriamos, na esperança da glória de Deus. 3Mais ainda, gloriamo-nos também das tribulações, sabendo que a tribulação produz a paciência, 4a paciência a firmeza, e a firmeza a esperança. 5Ora a esperança não engana, porque o amor de Deus foi derramado nos nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado.6*De facto, quando ainda éramos fracos é que Cristo morreu pelos ímpios. 7Dificilmente alguém morrerá por um justo; por uma pessoa boa talvez alguém se atreva a morrer. 8Mas é assim que Deus demonstra o seu amor para connosco: quando ainda éramos pecadores é que Cristo morreu por nós. 9E agora que fomos justificados pelo seu sangue, com muito mais razão havemos de ser salvos da ira, por meio dele. 10Se, de facto, quando éramos inimigos de Deus, fomos reconciliados com Ele pela morte de seu Filho, com muito mais razão, uma vez reconciliados, havemos de ser salvos pela sua vida. 11Mais ainda, também nos gloriamos em Deus, por Nosso Senhor Jesus Cristo, por quem agora recebemos a reconciliação”. O Apóstolo Paulo conhece a realidade humana, marcada pela debilidade e pelo pecado e conclui que pela nossa simples humanidade, por nós próprios, não podemos justificar-nos diante de Deus, não podemos reconciliar-nos com Ele e não podemos salvar-nos. Tudo isso só pode acontecer pela fé em Jesus Cristo, porque Deus pôs o Seu Espírito nos nossos corações, na nossa vida, que nos dá a garantia de estarmos em Deus, de partilharmos desde já a vida eterna e de podermos esperar, no julgamento no futuro, a salvação que nos alcançou. Segundo a Escritura, por causa do nosso pecado, cancelamos as nossas relações com Deus e só encontramos a paz do coração, a graça de uma relação amiga e amorosa com Ele, quando, pela Sua graça, Ele nos justifica e nos reconcilia consigo. Por sua vez, Paulo afirma que é por meio da morte e ressurreição de Jesus, pelo seu mistério pascal, que a humanidade encontra a reconciliação com Deus, pois aí reconhece o amor de Deus e aí encontra a vida que perdera. Na morte e ressurreição de Jesus a humanidade encontra a esperança que não confunde nem engana, pois não é uma realidade simplesmente construída por nós, mas é dom e graça que Deus nos concede porque nos ama. No fundo, acolhemos de Deus, por meio de Jesus Cristo, a esperança que não engana e que supera toda a nossa debilidade e pecado, que reata em nós os laços de amor com Deus que nos amou primeiro, e nos permite viver esperançosos apesar de todas as tribulações, que são reais e inevitáveis enquanto peregrinamos sobre a terra. É essencial para nós, cristãos, conhecermos a origem da nossa esperança: ela funda-se na glória de Deus e não nas nossas ilusórias glórias humanas, pois a glória de Deus é a manifestação do seu único e eterno amor por nós. Na Epístola aos Romanos, um texto muito denso do ponto de vista doutrinal e da argumentação teológica, que clarifica o que é a justificação pela fé, Paulo fala-nos de três dos seus efeitos em nós, cujas consequências havemos de retirar para a nossa vida cristã. - Estamos em paz com Deus: “uma vez que fomos justificados pela fé, estamos em paz com Deus por Nosso senhor Jesus Cristo” (5, 1). Estar em paz com Deus é, para nós, cristãos, uma graça, que nos permite viver com tranquilidade a relação que Ele nos oferece, uma relação de amizade, de amor e de confiança, sem mérito da nossa parte, pois somos pecadores. - Vivemos na esperança da glória de Deus: “Por Ele, tivemos acesso, na fé, a esta graça na qual nos encontramos firmemente e nos gloriamos, na esperança da glória de Deus” (5, 2). Pelos nossos pecados não teríamos acesso à glória de Deus, mas pela fé que Ele nos concedeu e graças à morte e ressurreição de Jesus, entrámos já na glória, a nossa vocação última, que se consumará no fim dos tempos. - Partilhamos a vida de Cristo Ressuscitado, a nossa salvação: “Se, de facto, quando éramos inimigos de Deus, fomos reconciliados com Ele pela morte de seu Filho, com muito mais razão, uma vez reconciliados, havemos de ser salvos pela sua vida” (5, 10). Daqui nasce a nossa confiança inabalável na salvação que Deus nos oferece e que aceitamos na esperança e como um compromisso na vida presente. Embora nesta perícope não se faça alusão explícita ao batismo, no contexto da Epístola aos Romanos não pode ignorar-se, pois por meio da água e do Espírito temos acesso à fé e tornamo-nos participantes da morte e ressurreição de Jesus. Desta nova condição nasce o imperativo ético da vida do cristão: “Pelo Batismo fomos, pois, sepultados com Ele na morte, para que, tal como Cristo foi ressuscitado de entre os mortos pela glória do Pai, também nós caminhemos numa vida nova” (6, 4). A resposta do cristão à graça recebida no batismo torna-se a expressão real e existencial da vida nova que em Cristo já lhe foi dada. Se retomarmos as três dimensões atrás referidas, podemos resumir dizendo que os batizados podem já viver em paz com Deus, podem já viver na esperança e podem já partilhar a vida do Ressuscitado, que se consumará na escatologia final.  A vida do cristão é, assim, um testemunho vivo da esperança fundada no amor de Deus, fundada em Deus, que é amor, não como uma obrigação decorrente da Lei, mas como uma resposta livre à graça recebida. 2.2. ALGUMAS DIMENSÕES DO JUBILEU 2.2.1. A CONVERSÃO A experiência do Povo Bíblico foi marcada pelos contínuos apelos de renovação, que fazem renascer nele a esperança. Mesmo no meio das situações pontuais ou contínuas de desorientação e pecado, Deus nunca faltou ao Seu Povo com novas propostas de conversão, que lhe permitem dar continuidade a um processo de mudança de vida e de reconfiguração das estruturas religiosas e sociais.  Periodicamente, quando as condições de subsistência de Israel, enquanto Povo de Deus, estavam ameaçadas pela falta de fé, de amor, de esperança, de justiça, Deus propõe um ano jubilar; quando estavam postos em causa os fundamentos da revelação e o Povo se recusava a acolher e pôr em prática a Lei de Deus, a Lei da Aliança, Deus intervém por meio dos profetas com novos convites à fidelidade; quando se aproximava a ruína por causa da injustiça e do pecado, Deus concede um ano de remissão e de graça, que permite recomeçar tudo de novo como se fosse uma nova criação.   A renovação que Deus oferece tem impacto nas várias dimensões que afetam a vida das pessoas: na vida pessoal e comunitária, nas instituções públicas e privadas, na mente e no coração individuais, na organização social e política, na economia e nos meios de sustentação das famílias, na vida religiosa e no culto que se rende a Deus. Ao longo dos séculos, a Igreja deu continuidade a esta prática jubilar, inspirada no Antigo Testamento, na consciência de que Deus continua sempre a dar novas oportunidades de graça e conversão ao seu Povo. Tendo em conta que o Antigo Testamento é promessa que constitui o início da revelação e aponta para o futuro, é a partir da novidade de Jesus Cristo, o Messias prometido, que cumpre a revelação plena e cria o Novo Povo de Deus, que vivemos hoje o jubileu. Toda a graça nos vem por meio de Jesus Cristo, que por nós morreu e ressuscitou. Ele é a fonte da água-viva que nos redime e salva. Ele é a nossa esperança e a nossa salvação. Deste modo, o jubileu constitui sempre uma nova oportunidade que a Igreja nos concede de voltarmos a Cristo como o centro absoluto da nossa vida de cristãos, peregrinos da esperança no meio do mundo. Não há jubileu sem adesão a Jesus Cristo; sem exame de consciência que leve ao reconhecimento do pecado, à sua confissão e ao perdão de Deus; sem renovação da vida pessoal e comunitária na Igreja. Todo o caminho jubilar, tal como é proposto pela Igreja, tem como finalidade ajudar no processo de conversão, que faz parte do programa de Jesus, quando, no início do Seu ministério público, proclamou: “Completou-se o tempo e o Reino de Deus está próximo: arrependei-vos e acreditai no Evangelho.” (Mc 1, 15). 2.2.2. A RENOVAÇÃO DA FÉ, DA ESPERANÇA E DO AMOR O Jubileu de 2025 surge num momento da história da Igreja marcado por um forte alheamento dos batizados em relação à fé cristã. As circunstâncias em que a Igreja caminha são muito diferentes das do passado recente e o impacto da fé cristã é, hoje, visivelmente menor, tanto nos cristãos como na comunidade humana em geral.  A participação dos cristãos na vida das comunidades foi abalada, como demonstra o recente recenseamento da prática dominical da nossa Diocese, e os valores humanos e evangélicos são facilmente substituídos por contravalores forjados pela nossa sociedade. O grande desafio consiste em fortalecer as comunidades cristãs por meio do anúncio do Evangelho em ordem à fé e em dar a conhecer a verdadeira face da Igreja como a comunidade dos que creem em Jesus Cristo e pautam pela Sua Pessoa e mensagem a sua própria vida. Juntamente com as habituais e fundamentais práticas da Igreja, temos a urgência da evangelização e da catequese, com os métodos, as linguagens e o ardor que nos propôs o Papa São João Paulo II, quando nos falou da nova evangelização. O Jubileu de 2025 surge também num momento da história humana marcado pela derrocada da esperança. O sinal mais evidente a nível global são as guerras atuais, juntamente com as injustiças, as perseguições por motivos religiosos, culturais e sociais. Ao nível pessoal pode juntar-se a falta de sentido para a vida, que nasce de um materialismo enraizado nos hábitos e nos corações, e na crescente debilidade da espiritualidade cristã de caráter sobrenatural. As crises sociais são igualmente um sinal da urgência de esperança, pois surgem sobretudo como resultado de injustiças portadoras de desespero. É preciso ajudar a humanidade a encontrar portas de saída para os seus desesperos e isso não acontecerá se nos fechamos nas possibilidades humanas e nos afastamos dos fundamentos que vão para além de nós. O Jubileu de 2025 vem em auxílio de um imenso deficit de amor, e de justiça. Este binómio, absolutamente inseparável, constitui o caminho da humanidade. Não é por acaso que são duas das palavras mais marcantes da revelação bíblica e mais presentes na linguagem quotidiana comum. A mensagem dos profetas do Antigo Testamento centra-se no amor e na justiça enquanto realidades que, quando presentes, são fonte de bem-estar, mas que, quando ausentes, são fonte da ruína de pessoas e povos. Por sua vez, Jesus, segundo as palavras reproduzidas pelos Evangelhos, centra-se no amor e na justiça, que são humanas e divinas e nos conduzem a Deus e aos irmãos, que nos dão possibilidades de construção do futuro feliz que desejamos. Jesus ensina que o amor a Deus é um ato de justiça, pois é resposta Àquele que nos amou primeiro e nos ama sempre; que o amor aos irmãos é um ato de justiça, porque somos todos iguais em dignidade, somos todos filhos e herdeiros; o amor à Criação com tudo o que a compõe é um ato de justiça para com o Criador e para com todas as criaturas nascidas da Sua bondade infinita. 2.2.3. A PEREGRINAÇÃO A Sagrada Escritura apresentou sempre a peregrinação como uma imagem do percurso da vida humana, começando por Abraão, que sai da sua terra a caminho do lugar que Deus lhe indicasse, continuando com o Povo de Deus a caminho do Egipto ou no regresso pascal em direção à Terra Prometida, anualmente em direção a Jerusalém e ao monte Sião.  A peregrinação tem sempre uma dimensão geográfica, pois é percurso, é caminhada, mas tem sempre igualmente uma dimensão interior, que é a mais significativa: leva a pôr-se a caminho em direção a Deus e aos irmãos, permite realizar um percurso espiritual e íntimo, um percurso do coração em ordem a refazer as ideias, os sonhos, os valores e objetivos, a fé, a esperança e o amor. Hoje, estão em voga as peregrinações com um significado cultural e religioso aos lugares mais significativos da tradição antiga ou da atualidade. São sempre uma ocasião de silêncio, de oração, de reflexão sobre o sentido da vida, de gratidão e de louvor a Deus ou simplesmente de introspeção humana. Ocorrem também peregrinações com um sentido exclusivamente desportivo ou como puro lazer e exercício físico e mental. A peregrinação cristã tem sempre um significado humano e espiritual. Corresponde ao desejo de encontro com Deus e simboliza toda a busca da renovação interior por meio da conversão ao Deus vivo e verdadeiro, que, em Jesus Cristo se fez peregrino com os homens e continua a acompanhar os seus percursos felizes ou dolorosos, sempre em busca da esperança que Ele dá. Somos um povo a caminho, levando connosco as marcas da nossa debilidade e pecado, mas à procura da renovação, tarefa de toda a vida. Neste quadro se insere a peregrinação jubilar, seja aos lugares designados pela Igreja Universal, concretamente a Roma e à Porta Santa, seja nas Igrejas Locais às igrejas jubilares, de acordo com as propostas Diocesanas. A nossa peregrinação jubilar é uma imagem da caminhada da vida cristã. Vamos alimentados pela Palavra de Deus, em ambiente orante, desejando alcançar o lugar designado, mas sempre com os olhos postos na eternidade.  A peregrinação cristã inclui a oração, o exame de consciência, a confissão e o perdão dos pecados e culmina normalmente com a celebração da Eucaristia, o sacramento da graça, do amor e da salvação de Deus realizada por Cristo. Deve ter uma adequada preparação espiritual, uma alegre e feliz realização, pois jubileu é alegria do reencontro, e um forte desejo de conversão, é um sinal da esperança que pode sempre renascer em nós no meio da caminhada de uma vida com Cristo e com a Igreja. 3. RENOVAÇÃO DA ESPERANÇA Na Bula que proclama o Ano Santo, “A Esperança não engana”, o Papa Francisco convida a Igreja a renovar os sinais de esperança no nosso mundo e elenca um conjunto de sinais dos tempos que precisamos de ter em conta para lhes dar novo rosto.  Aproveitemos o Jubileu para olhar para os diferentes aspetos que tocam a vida da humanidade e aos quais os cristãos não podem ficar indiferentes. São, por isso, realidades que temos de encarar no programa do Ano Santo Jubilar, tanto a nível diocesano como nas comunidades paroquiais, nos serviços e nos movimentos. Convido as comunidades cristãs, nomeadamente através do Conselho Pastoral da Unidade Pastoral e da Equipa de Animação Pastoral, a retomarem a Bula do Ano Santo entre os números 8 e 15, a fim de prepararem o programa local da vivência do Jubileu.  Assumo para a nossa Diocese a proposta de programarmos diversas ações de evangelização, de catequese, celebração, e oração, com momentos culturais, festivos e litúrgicos, que incluam o conhecimento destes sinais dos tempos e ajudem as pessoas e as comunidades a assumi-los como missão jubilar: - O trabalho em favor da paz e contra a guerra. Tudo começa no coração humano e um coração convertido promove a paz (nº 8). - Face à perda do desejo de transmitir a vida, promover o desejo dos jovens de gerar novos filhos e filhas, bem como uma cultura do cuidado pela vida humana em todos os seus estádios (nº 9). - Ajudar a refazer a esperança dos que sofrem, nomeadamente aos “presos que, privados de liberdade, além da dureza da reclusão, experimentam dia a dia o vazio afetivo, as restrições impostas e, em não poucos casos, a falta de respeito” (nº 10). - Oferecer sinais de esperança aos doentes que se encontram em casa ou nos hospitais, por meio da proximidade e do carinho (nº 11). - Ajudar os jovens a um feliz caminho de esperança por meio de um novo impulso da comunidade em seu favor (nº 12). - Promover o acolhimento e o respeito pela dignidade dos migrantes, dos refugiados e deslocados. Trabalhar para que se criem condições de trabalho, de instrução, de saúde e de integração, que ajudem a renascer neles muitas esperanças perdidas (nº 13). - Valorizar o tesouro que são os idosos para a família, para a sociedade e para a Igreja, como transmissores da fé e da sabedoria de vida. Criar condições na comunidade humana e civil para que sejam sinais de esperança para todos (nº 14). - Promover os pobres, que são milhões de homens, mulheres, e crianças, em todos os lugares, a clamar por justiça e melhores condições de vida. Eles são quase sempre os últimos e as vítimas, que precisam de ser considerados, amados e ajudados pela sociedade e pela Igreja (nº 15). O Papa Francisco junta ainda dois apelos em favor da esperança, que devemos também incluir nos nossos programas: - O cuidado pelos bens da terra, criados por Deus, que são para todos, mas que não chegam a todos. O Papa refere explicitamente os problemas da falta de água e alimentação para uma parte considerável da humanidade, a par de despesas incalculáveis com a indústria da guerra e outras nocivas para a humanidade e para o planeta (nº 16). - A propósito da celebração dos 1.700 anos do Concílio Ecuménico de Niceia, que ocorre em 2025, acolhemos a urgência do anúncio da fé cristã e da construção da unidade da mesma fé na comunhão e no amor de Deus Santíssima Trindade (nº 17). 4. PROPOSTAS PARA A VIVÊNCIA DO JUBILEU De acordo com a tradição multissecular, a Diocese de Coimbra propõe algumas atividades jubilares, que devem envolver o maior número de pessoas, tanto das instituições católicas como de outras que queiram associar-se por se identificarem com os objetivos do Ano Santo, para que este tempo de graça e misericórdia proclamado pela Igreja seja bem acolhido pelos fiéis. 4.1. PEREGRINAÇÃO A Sé Nova, será a Igreja jubilar na nossa Diocese de Coimbra e a peregrinação jubilar constituirá o centro do Ano Santo e o lugar privilegiado para a indulgência, pois “todo o pecado, mesmo venial, traz consigo um apego desordenado às criaturas, o qual precisa de ser purificado, quer nesta vida quer depois da morte, no estado que se chama Purgatório” (nº 23). Haverá uma peregrinação à Sé Nova de cada um dos 9 arciprestados da Diocese de Coimbra, coordenadas pelos arciprestes e em data a marcar oportunamente.  A concentração dos peregrinos será no Seminário Maior de Coimbra e a caminhada culminará com a entrada solene na Igreja Jubilar, a Catedral, seguida da celebração solene da Eucaristia e da Indulgência prevista para esta ocasião. Convido a uma piedosa preparação desta peregrinação por meio da realização de um tríduo, nas unidades pastorais, nas paróquias ou noutros lugares de culto, seguindo a temática do Jubileu, em que possa participar grande número de fiéis e que pode ser organizado na semana ou nas semanas precedentes da seguinte forma:  1º - oração mariana; 2º - adoração do Santíssimo Sacramento; 3º - celebração penitencial com confissões. Haverá ainda outras peregrinações especialmente dirigidas a agentes pastorais dos diversos setores da vida das comunidades cristãs, cuja organização fica a cargo dos secretariados, serviços diocesanos e movimentos, no que diretamente se inscreve no seu âmbito. Poderão ainda realizar-se peregrinações jubilares de iniciativa pessoal, familiar ou de qualquer outro grupo humano. Alguns quererão realizar a peregrinação ao longo de uma jornada ou fazer uma caminhada mais extensa a partir do lugar de residência ou de um lugar sagrado mais significativo. Propomos ainda a peregrinação jubilar a grupos humanos e etários, a associações e instituições civis que queiram participar deste ano de graça oferecido por Deus a todos. Neste caso, a sua programação e realização deve acordar-se com o Vigário Episcopal para a Pastoral que, juntamente com o Secretariado Diocesano da Coordenação Pastoral, ajudará a estabelecer as datas e os programas mais adequados. 4.2. EVANGELIZAÇÃO, CATEQUESE E OUTRAS AÇÕES A graça do Jubileu deve chegar a toda a gente. Nesse sentido, é importante que se programem realizações variadas, que possam ir ao encontro das pessoas em diferentes situações face à fé cristã.  Tem grande importância a proposta de evangelização sob a forma de primeiro anúncio, usando os meios e as linguagens próprias da tradição da Igreja e com recurso às novas modalidades acolhidas por ela.  As propostas de evangelização devem ser variadas e dirigidas a pessoas em todas as situações. Devem privilegiar o encontro, o debate, o aprofundamento teológico, os variados instrumentos de crescimento espiritual, como a oração, a meditação, a contemplação, a leitura orante da Palavra de Deus.  Estas propostas devem ser um auxílio para que as pessoas aceitem repor a questão de Deus nas suas vidas, se abram à fé e à espiritualidade cristã e evangélica, conheçam a Igreja direta e pessoalmente e se integrem nela com alegria.  De forma simples, mas cheia de ardor, por um lado, e respeitadora da liberdade pessoal, por outro, temos a missão de propor o encontro com Cristo e de proporcionar os meios adequados para a reflexão e tomada de decisão de cada um. A catequese orientada particularmente para os jovens e os adultos – uma vez que a catequese infantil está organizada em todas as comunidades – constitui o caminho para o aprofundamento da fé e, juntamente com a liturgia, o auxílio maior para a integração na comunidade cristã. Todas as comunidades devem, por isso, investir muitos dos seus esforços e recursos na catequese, procurando fazer a diferença entre um estilo de comunidade de conservação e uma forma de ser comunidade ativa, dinâmica e propositiva. Além da formação dos catequistas, tarefa prioritária, havemos de ter em conta que o testemunho é a melhor catequese e de valorizar o acompanhamento pessoal e à medida da disponibilidade e das possibilidades de cada um. Havemos ainda de ter em consideração uma grande faixa populacional que, entre nós, se identifica mais ou quase exclusivamente com a dimensão social e cultural do cristianismo.  As ações culturais e artísticas de matriz cristã congregam frequentemente crentes e não crentes, pois a via da beleza está inscrita na nossa identidade humana comum. Noutros casos, e para aqueles que não se identificam com a fé cristã, as manifestações culturais e artísticas em linguagem clássica ou numa linguagem contemporânea constituem uma oportunidade de maior conhecimento das raízes da nossa visão do mundo, de simples fruição e lazer, de elevação do espírito.  Em muitos casos e para muitas pessoas, estas manifestações culturais e artísticas são mesmo o único meio privilegiado de pré-evangelização.   II. PLANO PASTORAL DIOCESANO 1. AVALIAÇÃO DO TRIÉNIO Chegados ao final do triénio em que tivemos um Plano Pastoral Diocesano intitulado “Jovem, levanta-te! Cristo vive”, segundo o qual nos focámos na renovação e aprofundamento da pastoral dos jovens, entramos, agora num tempo de avaliação. Este ano, a par com a vivência do Jubileu da Esperança, somos chamados a avaliar o trabalho realizado, o que fizemos ou deixámos de fazer, os sucessos e insucessos.  Pedimos ao Conselho Pastoral Diocesano, aos Conselhos Pastorais de Arciprestado e de Unidade Pastoral, às Equipas de Animação Pastoral da Unidade Pastoral, ao Serviço Diocesano da Juventude, aos Serviços Locais da Juventude, ao Secretariado Diocesano da Pastoral Juvenil, ao Serviço Pastoral do Ensino Superior, aos grupos e movimentos juvenis, que se detenham profundamente sobre o anterior Plano Pastoral e sobre os seus objetivos, que retirem conclusões sobre o passado e projetem o futuro com mais confiança. Embora tenha terminado o triénio, o trabalho com os jovens deve continuar ainda com mais empenho, determinação e confiança, tendo em conta a avaliação feita. 2. NOVO PLANO PASTORAL Este ano assumimos também a tarefa de preparar o Plano Pastoral Diocesano para o próximo triénio de 2025-2028.  Os órgãos de participação e comunhão diocesanos e locais, juntamente com os secretariados e serviços diocesanos serão chamados a dar o seu contributo. Deverão, por isso, programar a avaliação atrás referida e fazer um verdadeiro discernimento no Espírito acerca do tema e das linhas de força que deverá ter o próximo Plano Pastoral O Secretariado Diocesano da Coordenação Pastoral dará, a seu tempo, indicações mais concretas para a avaliação e para a elaboração, respetivamente.  Em verdadeiro espírito de sinodalidade, desejamos que a participação nesta fase da vida da Diocese se alargue quanto possível à pluralidade dos fiéis, para que façamos caminho juntos e juntos sejamos construtores da Igreja na fidelidade ao Espírito Santo. III. O SÍNODO DOS JOVENS Nos três últimos anos, de 2021-2024, o Plano Pastoral Diocesano centrou-se nos jovens e propôs uma renovada pastoral juvenil a todas as instâncias da Diocese. Tivemos em conta o contexto da preparação e realização da Jornada Mundial da Juventude, Lisboa 2023 e estamos a procurar compreender e valorizar o seu impacto na vida dos jovens e na pastoral juvenil. No início do ano pastoral de 2023-2024 ficou decidida a realização de um Sínodo Diocesano dos Jovens, que terá lugar nos anos futuros. Esta iniciativa surge com a intenção de dar continuidade ao trabalho do anterior triénio pastoral, de potenciar a experiência rica da Jornada Mundial da Juventude e de trazer um novo entusiasmo à ação pastoral diocesana dos jovens e com os jovens. A criação do Serviço Diocesano da Juventude e do Serviço Local da Juventude a nível da unidade pastoral (esta ainda em curso), significaram o início de uma renovação das estruturas organizativas da Diocese e são sinal da forte convicção de que precisamos de um novo impulso e de uma atenção especial e efetiva aos jovens. A designação do Instituto Universitário Justiça e Paz como a “Casa dos Jovens” da cidade e da Diocese de Coimbra, pretende congregar todos os serviços e movimentos juvenis num mesmo lugar de referência. Os jovens encontram-se em múltiplos lugares e situações: estão nas paróquias, estão nos movimentos, são estudantes do ensino secundário, são estudantes do ensino superior e universitário, são portugueses e são estrangeiros.  Todos os jovens precisam da mesma atenção e do mesmo cuidado; todos precisam de ser escutados, acompanhados e incluídos pela Igreja, que tem a missão de ser casa de portas abertas para os acolher. A igreja da Sé Velha, que acolhe a réplica da Cruz Peregrina da Jornada Mundial da Juventude, é outro polo da solicitude da Igreja pelos jovens.  A celebração da Missa dominical, às 19 horas, e outros momentos de oração e de evangelização devem ser bem acolhidos e unir a comunidade juvenil na oração e no louvor a Deus. Tendo os jovens como foco principal, o Sínodo é uma ação que deve envolver as comunidades cristãs, pois eles não são uma realidade à parte na vida e na pastoral da Igreja. Os jovens são membros da única Igreja, constituída por muitas pessoas, de vocações e idades diferentes, partilhando a mesma fé e integrados de forma viva na comunhão do mesmo Corpo de Cristo.  Em conformidade com as alusões já feitas na Carta Pastoral que introduziu o ano pastoral de 2023-2024, o Sínodo dos Jovens incluirá alguns elementos fundamentais: - escuta alargada dos jovens, que leve a conhecer melhor a sua realidade, as suas esperanças e anseios, os seus medos e deceções, as suas possibilidades e dificuldades de integração na Igreja e na sociedade; - discernimento acerca do que o Espírito Santo diz à Igreja e aos jovens, em ordem à abertura de caminhos de futuro; - elaboração de propostas relativas à vocação e missão dos jovens na comunidade cristã, na sociedade e no mundo; - sintetização das conclusões do Sínodo em ordem à elaboração do plano da pastoral dos jovens da Diocese de Coimbra. De acordo com o programa e as modalidades definidas pela Equipa Sinodal dos Jovens, desejamos que o Sínodo seja um instrumento do Espírito para nos ajudar a conhecer os jovens e a descobrir os melhores caminhos para que sejam o presente e o futuro da Igreja, sempre em renovação. Desejamos, por isso, que os dinamismos do Sínodo cheguem a muitos jovens, que haja uma grande colaboração das comunidades cristãs e que eles se abram à participação sincera e se sintam felizes por fazerem parte deste projeto.  Além do apoio institucional, peço às comunidades que incluam a oração pelo Sínodo e pelos jovens nas celebrações litúrgicas e nos outros momentos catequéticos e orantes. Peço ainda que o mesmo aconteça a nível pessoal e familiar. *** Confiamos o ano pastoral de 2024-2025 à Virgem Santa Maria, na certeza de que intercede por nós junto de Seu Filho Jesus Cristo.  A nossa peregrinação jubilar em ordem à conversão e a nossa disponibilidade para edificar a Igreja que caminha na Diocese de Coimbra serão a nossa resposta aos apelos do Deus rico de misericórdia, que quer salvar toda a humanidade. Que Deus nos abençoe e faça prosperar a Sua Igreja na santidade e na paz. Coimbra, 03 de setembro de 2024Virgílio do Nascimento AntunesBispo de Coimbra
Virgílio do Nascimento AntunesBispo de Coimbra DECRETO DE NOMEAÇÃODO CONSELHO PASTORAL DIOCESANO O Conselho Pastoral Diocesano é um órgão de corresponsabilidade muito importante na vida de uma diocese; ele tem como missão “investigar e ponderar o concernente às atividades pastorais da diocese e propor conclusões práticas" (Can. 511). Renovados os Estatutos e tendo as diferentes estruturas diocesanas procedido à eleição nos seus representantes que me foram apresentados.  HAVEMOS POR BEM, nomear, nos termos dos Estatutos, por um período de três anos, o Conselho Pastoral Diocesano com a seguinte constituição: a) Membros natos por inerência de cargo: Vigário-Geral: Padre Manuel António Pereira Ferrão Vigário Episcopal para a Pastoral: Padre Manuel Carvalheiro Dias b) Membros efetivos eleitos pelas diferentes estruturas diocesanas: Representante dos Arciprestes: Padre Pedro Alexandre Pinto dos Santos Representante dos Diáconos Permanentes: Diác. Francisco Paulo de Sá Campos Gil Representante da CIRP: Irmã Maria José Ferreira da SilvaRepresentante da CNISP: Lucinda de Lurdes Gonçalves TeixeiraRepresentante do Arciprestado do Alto Mondego: Luís Filipe Simões Baptista Representante do Arciprestado do Baixo Mondego: Manuel Silveira Representante do Arciprestado de Cantanhede: Ana Maria Ribeiro Lavrador Representante do Arciprestado de Chão de Couce: Diác. José João das Neves Dias  Representante do Arciprestado de Coimbra Norte: Ana Melo Representante do Arciprestado de Coimbra Urbana: Maria do Rosário Oliveira Representante do Arciprestado da Figueira da Foz: Vítor Manuel Duarte AbreuRepresentante do Arciprestado do Nordeste: Marta Edite Novais RamosRepresentante do Arciprestado de Pombal: Diogo Francisco Pires BrilhanteRepresentante do Secretariado da Coordenação Pastoral: Maria da Graça Toucedo Dias FerrãoRepresentante dos Movimentos Eclesiais: Luís Manuel Martins MarquesRepresentante da Pastoral da Cultura e da Comunicação: a eleger oportunamenteRepresentante da Pastoral do Ensino Superior: Rodrigo Luciano Macedo MachadoRepresentante da Pastoral da Evangelização e Catequese: Joana Raquel Fernandes Alves Representantes da Pastoral Familiar: Casal Rui Alberto de Sousa e Silva e Maria Bernardete Pereira da Costa e SilvaRepresentante da Pastoral da Juventude e Vocações: José Carlos MendesRepresentante da Pastoral Litúrgica: Alberto Medina de Seiça Representante da Pastoral da Mobilidade Humana: Cidália Maria dos SantosRepresentante da Pastoral da Saúde: Ricardo Jorge Neto Miranda MotaRepresentante da Pastoral Social: Katia Regina Conceição Tralhão c) Membros suplentes eleitos pelas diferentes estruturas diocesanas: Representante dos Arciprestes: Padre Paulo Fernando Silvestre FilipeRepresentante dos Diáconos Permanentes: Diác. Pedro José Isidoro Pereira Representante da CIRP: Irmã Maria da Conceição PaivaRepresentante da CNISP: Alzira do Carmo SantosRepresentante do Arciprestado do Alto Mondego: a eleger proximamenteRepresentante do Arciprestado do Baixo Mondego: Nuno Simões Representante do Arciprestado de Cantanhede: Mário Miguel dos Santos VieiraRepresentante do Arciprestado de Chão de Couce: a eleger proximamenteRepresentante do Arciprestado de Coimbra Norte: Arménio Baptista Oliveira Representante do Arciprestado de Coimbra Urbana: Ana Luísa Silva Representante do Arciprestado da Figueira da Foz: Maria Margarida Duarte SousaRepresentante do Arciprestado do Nordeste: Maria Jesus Vale SimõesRepresentante do Arciprestado de Pombal: Márcia Cristina Rodrigues LopesRepresentante do Secretariado da Coordenação Pastoral: Elda Lucila dos Santos Lopes Baptista CaladoRepresentante dos Movimentos Eclesiais: a eleger proximamenteRepresentante da Pastoral da Cultura e da Comunicação: a eleger oportunamenteRepresentante da Pastoral do Ensino Superior: Maria Frade Marques CastelhanoRepresentante da Pastoral da Evangelização e Catequese: Cristina Isabel Rodrigues Campia NovoRepresentantes da Pastoral Familiar: Casal Daniel António Alves Carvalho e Elza da Conceição Correia Dias CarvalhoRepresentante da Pastoral da Juventude e Vocações: a eleger proximamenteRepresentante da Pastoral Litúrgica: a eleger proximamenteRepresentante da Pastoral da Mobilidade Humana: a eleger oportunamenteRepresentante da Pastoral da Saúde: Marisol dos Santos Castelo Branco Nunes SimõesRepresentante da Pastoral Social: Estela Rita Lima Bandeira Loureiro   Coimbra e Casa Episcopal, 22 de novembro de 2024VIRGÍLIO DO NASCIMENTO ANTUNESBispo de Coimbra Padre António Joaquim Farinha DominguesChanceler    
Nota de Falecimento doRev.do Padre ANTÓNIO MANUEL NETO SAMELO No final da noite do dia 24 de novembro de 2024, XXXIV Domingo do Tempo Comum, Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo, na Unidade de Cuidados Paliativos do Hospital de Cantanhede, onde se encontrava internado, partiu para o Pai o Rev.do Padre ANTÓNIO MANUEL NETO SAMELO. Nasceu a 04 de dezembro de 1954, na freguesia de Covões, concelho de Cantanhede. Filho de Laurindo da Silva Samelo e de Isaltina de Jesus Neto. Depois de frequentar os Seminários Diocesanos e concluir o curso de Teologia no Instituto Superior de Estudos Teológicos de Coimbra, foi ordenado presbítero no dia 02 de setembro de 1979 na sua paróquia natal de Covões por Dom António dos Santos, Bispo Auxiliar de Aveiro, por impossibilidade do Bispo de Coimbra, Dom João Alves. O seu Ministério sacerdotal foi exercido nos seguintes Cargos: - 1979 – Perfeito do Seminário Menor da Imaculada Conceição- 1981 – Curso de Formação de Capelães Militares e Capelão Militar na Força Aérea- 1983 – Enviado para Roma para estudar na Pontifícia Universidade Gregoriana Teologia Dogmática- 1985 – Professor do Instituto Superior de Estudos Teológicos e membro da Equipa Formadora do Seminário Maior de Coimbra- 1985 – Pároco de São Pedro de Alva e de São Paio- 1986 – Membro do Conselho Presbiteral- 1987 – Pároco de Almalaguês- 1997 – Pároco in Solidum de Barcouço, Casal Comba, Cordinhã, Murtede, Sepins, Ventosa do Bairro e Vil de Matos- 2001 – Pároco de Cadima- 2002 – Pároco in Solidum de Ourentã- 2012 – Pároco in Solidum de Portunhos- 2017 – Pároco in Solidum de Bolho- 2018 – Colaborador do Serviço de Assistência Religiosa e Espiritual do Centro Hospitalar Universitário de Coimbra Durante a sua vida sacerdotal, foi professor do Instituto Superior de Estudos Teológicos de Coimbra participando na formação de muitos dos sacerdotes das Dioceses de Aveiro, Cabo Verde, Coimbra, Leiria-Fátima e Portalegre-Castelo Branco. Também foi professor contribuindo na formação de muitos leigos da Diocese, inicialmente na Escola Diocesana de Leigos e de seguida na Escola de Teologia e Ministérios. Foi membro ativo do Congresso dos Leigos da Diocese de Coimbra como representante dos párocos da Região Pastoral do Centro (1991-1992) e membro da Comissão de Peritos do Sínodo Diocesano de Coimbra (1993-1999). Pela sua visão, dedicação e persistência, o Padre Samelo esteve presente em diversos Grupos e Movimentos Eclesiais, assistindo-os espiritualmente. Destaca-se o Escutismo Católico Português, quer nos Agrupamentos nas paróquias em que foi pároco (Almalaguês, que fundou, Barcouço, Casal Comba), quer na Diocese de Setúbal enquanto Capelão Militar (Montijo e Alcochete); o Movimento Católico de Estudantes como Assistente Nacional e Diocesano; e o Grupo de Acolhimento João XXIII. O seu funeral realiza-se na próxima quarta-feira, dia 27 de novembro, pelas 11h30 na igreja paroquial de Covões, Cantanhede, sob a presidência do Senhor Bispo, Dom Virgílio do Nascimento Antunes. O seu corpo irá ser cremado pelas 14h no Crematório de Taveiro, Coimbra e as Cinzas serão depositadas no jazigo de seus pais, no cemitério de Covões, na quinta-feira pelas 11h. Em fraterna comunhão presbiteral, o clero diocesano de Coimbra eleva a sua oração de ação de graças pela vida e ministério deste Sacerdote, Servo bom e fiel, Ministro do Evangelho. “Eu Sou a Ressurreição e a Vida. Quem acredita em Mim, ainda que tenha morrido, viverá; e todo aquele que vive e acredita em Mim não morrerá para sempre. Acreditas nisto?” Disse-lhe Marta: “Acredito Senhor, que Tu és o Messias, o Filho de Deus, que havia de vir ao mundo”. Paz à sua alma! Coimbra, 25 de novembro de 2024O Vigário-GeralPadre Manuel António Pereira Ferrão
Nota de Falecimento doRev.do Padre ANTÓNIO LOPES DA CONCEIÇÃO Na manhã este dia 24 de novembro de 2024, em que a Igreja celebra o XXXIV Domingo do Tempo Comum e a Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo, partiu para a Casa do Pai, no Hospital da Universidade de Coimbra, o Rev.do Padre António Lopes da Conceição. Nasceu no Piódão a 9 de agosto de 1930, sendo filho de César Lopes e de Albertina da Conceição. Entrou no Seminário Menor da Figueira da Foz a 1 de outubro de 1947, tendo sido ordenado Presbítero a 15 de agosto de 1959 por Dom Ernesto Sena de Oliveira, na Sé Nova de Coimbra. É nomeado pároco de Teixeira e Cepos a 25 de setembro de 1959, onde fica até 17 de setembro de 1961. A 22 de maio de 1961 assume a paroquialidade de Moura da Serra, sendo o primeiro e único pároco durante quase 52 anos, e a 9 de maio de 1971 de Piódão, sua terra natal. É dispensado da paroquialidade destas duas paróquias a 1 de janeiro de 2013. Na paróquia de Moura da Serra, o Padre António manteve residência até a esta data. O seu funeral realiza-se na próxima terça-feira, dia 26 de novembro, pelas 11 horas, na igreja paroquial de Moura da Serra, sob a presidência do Senhor Bispo, Dom Virgílio do Nascimento Antunes, ficando o seu corpo sepultado no cemitério local. Enquanto damos Graças a Deus pelo ministério presbiteral do padre António Lopes da Conceição, rezamos pelo seu eterno descanso junto do Senhor da Vida e, unimo-nos aos seus mais próximos, bem como a estas comunidades paroquiais a quem ele dedicou toda a sua vida e ministério. Coimbra, 24 de novembro de 2024.O Vigário-GeralPe Manuel António Pereira Ferrão