Homilia da Bênção das Pastas - 25/05/2014

Caríssimos finalistas, irmãos e irmãs

Esta celebração da bênção das pastas, no final de um percurso académico, marca uma etapa fundamental da vossa vida. No meio de momentos tão variados de alegrias e tristezas, de sucessos e insucessos, quereis, hoje, na presença dos vossos companheiros e da vossa família, refazer interiormente o resumo da vossa história.

A vossa presença aqui significa o desejo que tendes de agradecer a Deus a vossa vida, as pessoas que pôs ao vosso lado e a história que vos chamou a construir; significa também o desejo que tendes de fazer o vosso caminho na presença de Deus, a quem pedis a bênção para uma vida cheia de amor e feliz.

Segundo a tradição bíblica, pedir a bênção a Deus consiste em reconhecer que Ele é o Criador e Senhor do Universo e o Senhor de todos nós, ou seja, é um ato de fé, próprio de quem acredita que Deus quer conduzir a história da humanidade para que nada a afaste da sua identidade nem do seu caminho de felicidade. A bênção de Deus, logo desde as primeiras páginas do Génesis, manifesta-se no serviço à vida, tanto entendida no sentido biológico como no sentido espiritual.

A bênção das pastas no final de um percurso académico, constitui, por isso, um pedido de fé a Deus, para que vos acompanhe nos caminhos da vossa história pessoal, que se cruza com os caminhos da história dos outros e de toda a humanidade. Por outro lado, constitui um compromisso, pois manifestais a linha fundamental dos sonhos que acalentais nos vossos corações juvenis, o de estar sempre e em tudo do lado da humanidade, o de privilegiar a vida humana no seu todo, biológico, espiritual, cultural, social.

Esta opção fundamental pelo homem expressa na bênção de Deus inclui uma opção pelo Planeta e pelo Universo, criação de Deus e nossa casa de habitação: tudo ordenado para que tenhamos vida, para que sejamos felizes no respeito pela natureza, pelos homens e mulheres, nossos irmãos e por Deus.

Pedir a bênção de Deus é um sinal de reconhecimento do lugar do seu amor por nós e do amor entre nós, tal como nos ensinava o Evangelho escutado, quando dizia: “Se me amardes, guardareis os meus mandamentos”.

O amor é, sem dúvida, a realidade que nos faz viver sempre e em tudo no justo equilíbrio, que favorece a pessoa humana e leva a pôr ao seu serviço tudo o que somos, conhecemos e desejamos. A expressão usada por Jesus ensina-nos que quem ama a Deus e os outros, os respeita, mas vai muito mais longe: conhece-os cada vez melhor para os amar cada vez mais; não os sente como rivais, mas vai ao seu encontro para colaborar com eles; não se entrincheira na defesa dos seus direitos e privilégios, mas promove a justiça e a equitativa participação no bem comum.

Sem amor, a terra torna-se um campo de batalha, o trabalho fica uma escravidão, as relações sociais transformam-se numa selva, a concorrência torna-se feroz e o homem é o lobo do próprio homem. Pedir a bênção de Deus consiste em aceitar outras vias, em definir outros objetivos e em se disponibilizar para construir outra sociedade.

Neste dia de festa, quando no recolhimento desta celebração refazeis a vossa história e reavivais o turbilhão imenso dos vossos sonhos, senti que todos estamos solidários convosco: as vossas famílias, que vos acolhem e amparam, a Igreja que em nome de Deus vos abençoa, a sociedade que espera de vós um imenso contributo para o desenvolvimento e o progresso, as empresas e serviços, que aguardam a mais valia do vosso conhecimento.

 Diante das dificuldades que já vislumbrais e de todas as que aparecerão de surpresa, procurai sentir e acolher sempre o calor e a amizade da família; reavivai a vossa fé em Jesus Cristo que, neste dia solene vos diz: “não vos deixarei órfãos: voltarei para junto de vós”; apelai à esperança bem enraizada nos projetos de futuro.

Finalmente, sempre que as dúvidas vos assaltarem, no meio da insegurança acerca do que fazer, que opções tomar e que caminhos percorrer, recordai a regra que Deus, hoje, vos ofereceu na Segunda Leitura: em tudo, agir “com brandura e respeito, conservando uma boa consciência”.

Que a Imaculada Conceição, Padroeira da Universidade de Coimbra, vos guarde sob a amorosa bênção de Deus, que hoje, com fé, Lhe pedimos. Ámen.

 

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