Ceia de Natal :: Luís Rocha

Ceia de Natal

Este é o tempo em que as famílias se encontram à volta da mesa na tradicional Ceia de Natal. Momento de grande simbolismo, de convívio familiar, de partilha, de alegria e fraternidade, de celebração natalícia e vivência humana calorosa que humaniza e enriquece cada um de nós, as nossas famílias e a sociedade.

Tudo isto é muito bom, mas será suficiente para a vivência da mensagem de amor, união, fraternidade e solidariedade do Natal? Não deverá fazer-nos refletir e agir no contexto que vivemos do aumento significativo de pessoas e famílias a viver com dificuldades e em que os alertas sobre a sustentabilidade do planeta são mais que muitos?  

Por isso, o apelo é que, à volta da nossa mesa, este seja também um tempo para pensar na Ceia de Natal dos mais pobres, desprotegidos e dos que vivem em isolamento e solidão.

Quantos dos 2 milhões de portugueses em risco de pobreza? ou terão uma Ceia de Natal simples, porque o orçamento familiar não dá para mais? Quantos farão a sua ceia com os géneros ou bens doados solidariamente pelas autarquias, IPSS, Igrejas ou grupos de ação sócio-caritativa? 

 E quantos dos mais de 10 mil sem abrigo terão, apenas nesta noite, uma “ceia melhorada”  com comida quente, mesa posta e uma sala aconchegada proporcionada pela solidariedade de voluntários e instituições?

E quantos doentes ou acamados não terão a sua Ceia de Natal servida e acompanhada apenas pelos profissionais de saúde? 

E quantas pessoas haverá que, não faltando os meios materiais, passam esta Ceia de Natal em solidão e isolamento, pois ou não têm família ou, mais grave ainda, tendo-a, não tem tempo para” gastar” com os seus?

Há felizmente, um conjunto muito alargado de instituições que disponibilizam cabazes de Natal mais recheados nesta época e organizam Ceias de Natal solidárias; inúmeros voluntários que abdicam do conforto das suas casas e das suas famílias para ir paras as ruas levar algum conforto e carinho. 

Todos somos chamados a esta causa. O Bispo de Aveiro faz o apelo para este Natal: “O grito de dor dos mais carenciados, sufocados pela indiferença de uma sociedade materialista e muitas vezes injusta, ocupada e distraída, tem de ser escutado”.

E o Papa Francisco lembra que “A ceia de Natal és tu quando sacias com pão e com esperança o pobre que está a teu lado”.

Já não deviam ser precisos alertas para a solidariedade acontecer. Saibamos nós, nas nossas comunidades, nas nossas famílias, no nosso quotidiano, aproveitar esta dinâmica universal do Espírito de Natal para, numa expressão de consciência fraterna, mas com ações concretas, estar atentos e ser solidários para com os irmãos mais carenciados. Uma partilha acompanhada pelo evitar de excessos de consumismo socialmente injustos e até nocivos em termos ambientais.

Que nesta época Natalícia saibamos abrandar e aproveitar para passar mais tempo com quem amamos e a partilhar mais com todos. Na verdade, devia ser todo o ano. Como exortava o Bispo de Coimbra na mensagem de Natal de 2022: Que este ano, os votos de “feliz Natal” sejam mais sinceros e tragam a força da nossa vocação comum e universal: “ser para os outros”.

A Todos desejo uma Ceia de Natal vivida na alegria, generosidade e partilha e um Natal cheio de Luz e Paz nos nossos corações.

Luís Rocha
Comissão Justiça e Paz de Coimbra 

 

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