Santa Maria Mãe de Deus - Homilia de Dom Virgílio

SOLENIDADE DE SANTA MARIA, MÃE DE DEUS
DIA MUNDIAL DA PAZ 2019

Caríssimos irmãos e irmãs!

Neste dia de ano novo voltamo-nos para o Senhor nosso Deus pedindo que nos abençoe e nos conceda a paz. Nela tudo está incluído: o bem estar pessoal, familiar e social; as relações marcadas pelo sentido da igualdade e da justiça; o diálogo em ordem à partilha e à resolução de conflitos familiares, étnicos e culturais; o respeito pela mundo criado e pela sua harmonia numa perspetiva ecológica; a tranquilidade interior da consciência eticamente formada; a espiritualidade enquanto expressão maior da condição humana e da fé sobrenatural.

Pedir a bênção de Deus neste primeiro dia do ano, como em qualquer outra ocasião da vida, significa professar a fé na Sua bondade e misericórdia, na certeza de que nos criou e que acompanha toda a nossa vida com um coração de Pai.

Pedir que nos conceda a paz significa manifestarmos a nossa disponibilidade para percorrermos todos os caminhos que o nosso discernimento humano e espiritual nos indicar como os melhores para uma vida pessoal e comunitária harmoniosa, feliz e justa.

Pedir a bênção de Deus e a Sua paz faz-nos tomar consciência das situações que vivemos e que estão longe de ser razoáveis para todos; faz-nos assumir de forma mais responsável a nossa missão de trabalharmos em favor do bem comum; e faz-nos sentir cooperadores do Deus Criador no sentido de se realizar de forma mais completa a Sua obra criada, como porta aberta à manifestação do Seu amor divino e à salvação de todos.

A humanidade está ainda muito longe desta harmonia desejada pelo Criador e muito distante de realizar a vocação que lhe foi dada. O coração humano continua povoado por inúmeros desvios do reto caminho inscrito na sua matriz original de pessoa livre e responsável.

Peçamos, por isso, a bênção de Deus e a paz para cada um de nós, para as famílias, para os que exercem qualquer forma de autoridade ou de poder, para os que se dedicam às atividades políticas, para os líderes da sociedade.

Que este seja o dia em que todos tomamos consciência da responsabilidade que nos cabe assumir livremente em favor do bem de todos; o dia em que rejeitamos qualquer vício instalado nos costumes pessoais e sociais; o dia em que nos comprometemos a tudo fazer para que a justiça e o bem comum se sobreponham a qualquer forma de particularismo ou corrupção.

Segundo a narração do Evangelista Lucas, ao oitavo dia, deram ao Menino nascido em Belém o nome de Jesus, indicado pelo Anjo, porque Ele foi acolhido como o enviado de Deus que salva o Seu povo.

As suas palavras, os seus gestos e a sua pessoa manifestaram ao mundo o significado do Seu nome: Deus salva. Naqueles breves anos como nos muitos séculos que se lhes seguiram, Jesus continua ser Salvador da humanidade que se Lhe entrega e se deixa transformar por Ele.

A Igreja tem por missão dar continuidade a este anúncio de Jesus Salvador e propô-l’O com convicção e alegria para que seja acolhido pelos corações dos crentes, para que muitos se aproximem d’Ele e se sintam salvos por Ele.

Neste primeiro dia do ano, proponho-vos, caríssimos irmãos e irmãs, que O acolhamos como Filho de Deus e Salvador do mundo, começando por nos deixarmos salvar por Ele em três aspetos:

Na nossa vida familiar e social. Que Ele nos salve do egoísmo que nos faz pensar no nosso bem pessoal e enviar para segundo plano o bem dos outros e o bem comum. O principal atropelo à paz nasce desta desordem do coração, vocacionado para amar e se dar, mas tentado a fechar-se e a tornar-se egoísta. Quando Jesus se entranha em nós, após um encontro pessoal e marcante, e quando cultivamos essa presença misteriosa e santa dia após dia, sentimos a força do amor, que nos impele à liberdade interior e a deixarmo-nos salvar.

Na nossa vida eclesial. Que Jesus nos salve do fariseísmo, que nos faz pensar que, por sermos cristãos e participarmos nos ritos e no culto, já estamos salvos. Também dentro da Igreja podemos viver como pagãos, se os nossos critérios não são os do Espírito e os do Evangelho, mas os do mundo. A presença de Jesus em cada crente e em cada comunidade cristã, transforma, corrige, converte, purifica, é um contínuo apelo à construção de comunhão de doutrina, de projetos, de relações, até que se cumpra o desígnio: “vede como eles se amam”.

Na nossa vida espiritual. Que Jesus nos salve de uma espiritualidade fechada ao sobrenatural e reduzida ao encontro com o nosso eu. A presença de Jesus em nós é sempre portadora do Espírito Santo, o Dom do amor de Deus, que nos põe em sintonia verdadeiramente espiritual connosco, com os outros e com o próprio Deus. O silêncio, a meditação, a contemplação, a oração e a liturgia são os auxílios que a Igreja nos oferece para acolher Jesus que nos salva de uma espiritualidade com muita humanidade, mas carente de divindade.

A Igreja propõe-nos começar o novo ano sob a proteção de Santa Maria, Mãe de Deus e Rainha da Paz.

Agradeçamos a Deus por nos ter dado Maria como Mãe e como companhia que diariamente nos desafia a acolher Jesus, o Salvador.

Ela viveu a relação familiar e social com um coração puro, livre de egoísmos, aberto ao amor e, por isso, construtor de paz.

Ela viveu a sua condição de mulher crente seguindo os critério de Jesus e da Sua Boa Nova e não os do mundo. Realizou plenamente a sua vocação de amor a Deus e aos irmãos, caminho para a paz.

Ela acolheu o Dom do Espírito Santo e enraizou a totalidade da sua vida na graça que recebeu. No silêncio orante, conservava todas as palavras e meditava-as em seu coração, ou seja, alimentava-se continuamente da graça, caminhando sempre mais como mulher espiritual. Acolheu a paz do coração como dom de Deus.

Que Santa Maria, Mãe de Deus, esteja presente na nossa caminhada deste ano que começa e nos conceda a verdadeira paz de Deus.

Coimbra, 01 de janeiro de 2019
Virgílio do Nascimento Antunes
Bispo de Coimbra

 

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