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Nota de Falecimento doRev.do Cónego Monsenhor AURÉLIO DE CAMPOS
Neste dia 16 de março de 2025, II Domingo da Quaresma, no Lar de São José (Casa do Clero), onde viveu os últimos anos, partiu para o Pai o Rev.do Cónego Monselhor AURÉLIO DE CAMPOS.
Nasceu a 11 de setembro de 1931, na freguesia de Fajão, concelho de Pampilhosa da Serra. Filho de Abel Joaquim e de Maria Emília Campos. Entrou no Seminário da Figueira da Foz a 14 de outubro de 1944 e, concluido o curso de Teologia no Seminário Maior de coimbra, foi ordenado presbítero no dia 15 de agosto de 1956 na igreja da Sé Nova de Coimbra por Dom Ernesto Sena de Oliveira.
O seu Ministério sacerdotal foi exercido nos seguintes Cargos:
- novembro de 1956 – Pároco substituto de Fajão
- fevereiro de 1957 – Pároco de Pomares
- novembro de 1960 – Pároco de Castanheira de Pera e encarregado de Coentral
- outubro de 1977 – Vigário Episcopal da Região Pastoral Sul
- janeiro de 1978 – Pároco de Cumieira
- novembro de 1980 – Pároco de São Bartolomeu
- novembro de 1983 – Vigário Episcopal da Região Pastoral Centro
- setembro de 1984 – Capelão Auxiliar do Comando de Coimbra da PSP
- novvembro de 1985 – Pároco de Torres do Mondego
- dezembro de 1985 – Arcipreste de Coimbra
- dezembro de 1987 – Pároco da Sé Nova
- novembro de 1991 – Vigário Paroquial de Ameal
- setembro de 1994 – Diretor do Secretariado Nacional da Educação Cristã
- setembro de 1997 – Reitor do Seminário Maior de Coimbra
- outubro de 1997 – Membro do Colégio de Consultores
- agosto de 1999 – Cónego da Sé de Coimbra
- setembro de 2010 – Pároco in solido de Ameal, Arzila, Pereira do Campo, Ribeira de Frades e Taveiro
- setembro de 2011 – Pároco in solido de Santo Varão
Durante a sua vida sacerdotal, entre muitas outras missões assumidas por mandato dos seus Bispos, foi membro do Conselho Presbiteral da Diocese de Coimbra por vários mandatos (1968, 1973, 1982, 1986, 1990, 1993, 1997, 2001, 2005, 2009), fez parte da Comissão de Arbitagem do Sinodo Diocesano, da Comissão Central do Congresso dos Leigos, do Conselho Pastoral Diocesano, da Direção da Casa do Clero, do Conselho Fiscal da Cáritas Diocesana e da Gráfica de Coimbra.
Também o ensino e a cultura estiveram no seu horizonte pessoal e pastoral. Em Castanheira de Pera, foi diretor e professor de um Colégio Particular que ajudou a fundar; foi membro da Administação do Colégio de São Teotónio; deixou-nos um belissimo livro sobre a história do Seminário Maior de Coimbra: “Seminário de Coimbra. Subsídios para a sua história”.
Em 1993-1994, em tempo sabático, na Universidade Pontificia de Salamanca frequentou o Curso Teológico para a Formação Permanente do Clero.
Em dezembro de 1987 foi autorizado pelo Bispo diocesano a integrar o elenco diretivo do departamento da Escola da Associação Académica de Coimbra – Organismo Autónomo de Futebol. E viveu apaixonadamente a sua ligação à Briosa.
Em setembro de 2012, dispensado das responsabilidades pastorais, continuou a colaborar com os seus colegas sacerdotes, passando a viver em sua casa e na Casa do Clero, Lar de São José, onde hoje veio a falecer.
Na próxima terça-feira, dia 18 de março, pelas 10h30 na igreja da Sé Nova, sob a presidência do Senhor Bispo, Dom Virgílio do Nascimento Antunes, será celebrada a Missa Exequial.
O cortejo funebre seguirá para Fajão, onde pelas 15h será celebrada Missa e de seguida o sepultamento do seu corpo no cemitério local.
“Muito bem, servo bom e fiel…entra na alegria do teu senhor”.
Paz à sua alma!
Registo video da homilia de Dom Virgílio na celebração do Domingo I da Quaresma, com rito de inscrição do nome dos catecumenos.
Igrjea da Sé Nova - Catedral de Coimbra
A Mulher para Francisco
Apesar das limitações culturais, ideológicas e religiosas, que, em cada época, se ergueram, a verdade é que, ao longo da História, a Mulher sempre assumiu um papel central: não só na vida das famílias, mas também da sociedade.A mulher do Séc. XXI ocupa um espaço cada vez mais relevante: a sua presença é marcada por conquistas e desafios pela igualdade de género, lutando por um compromisso ético e moral de toda a sociedade.A Igreja saberá não ficar à margem desse movimento ascensional da mulher.Francisco, que exalta a dignidade e a importância das mulheres como guardiãs da Fé, levando Deus aos seus filhos, reconhece que "a Igreja não pode ser ela mesma sem a mulher e o seupapel. Maria, mulher, mãe e discípula, não ocupou nunca o centro da cena, mas foi uma presença fundamental.”O Santo Padre tem reconhecido a insuficiente presença da mulher em cargos de decisão, políticos e de liderança em geral, por isso nomeando mais mulheres para órgãos eclesiásticos, alguns plenos de simbolismo: Raffaella Petrini para Governadora do Estado da Cidade do Vaticano (2021); Simona Brambilla para prefeita do Dicastério (2025). Apesar de as mulherespoderem participar na catequese e na missionação, a sua ordenação sacerdotal continua a ser recusada.A Perseverança e a Esperança caraterizam a Mulher e Esperança é, para Francisco, a palavra deste Jubileu, refletindo um dos pilares centrais do seu pontificado. A Esperança cristã traduzum chamamento à renovação, à confiança na misericórdia de Deus e ao compromisso com o outro.Tomando as palavras do Cardeal José Tolentino de Mendonça, "a esperança tem sempre um rosto feminino. É no ventre das mulheres que nasce a vida, mas é também no ventre dasmulheres que a humanidade se reergue das suas quedas. As mulheres são as primeiras testemunhas da ressurreição, não por acaso. Elas ensinam a Igreja a permanecer fiel ao essencial, a não desistir da vida, a esperar contra toda esperança." Numa visão inspiradora de esperança no feminino, a Mulher é a protagonista da Esperança, da espiritualidade e da transformação da humanidade. Essa força transformadora advém da capacidade da Mulher “de compreender a realidade com um olhar criativo e um coração terno”, como escreveu Francisco.“As mulheres sabem expressar força e ternura juntas, são boas, competentes, preparadas, sabem inspirar novas gerações (não apenas os filhos)”. E, de particular relevo nos tempos que correm, “querem a paz, sempre. A paz, portanto, nasce da mulher, se levanta e se reascende com a ternura das mães”.Na abertura da Porta Santa na Basílica de S. Pedro, Francisco enfatizou o papel da mulher, através de Maria, relembrando a visita à sua prima Isabel, com Esperança e Fé no Deus do impossível, onde saiu ao encontro do outro. E exorta todos, Homens e Mulheres, a serem "Peregrinos de Esperança", como Maria, personificando nela a Mulher e a Esperança Cristã.
Registo video da homilia do Sr. Bispo de Coimbra, Dom Virgílio Antunes, na celebração de Quarta-feira de cinzas 2025, na Igreja da Sé Nova - Catedral de Coimbra5 de Março de 2025
MENSAGEM PARA A QUARESMA DE 2025
Celebramos esta Quaresma no coração do ano jubilar. Este é o tempo especial de graça que a Igreja nos oferece para retomarmos, com mais ânimo, a nossa peregrinação para Deus.
Fazemos este percurso, imagem de toda a nossa a vida, com os homens e mulheres nossos irmãos, com quem nos sentimos em comunhão enquanto peregrinos da esperança. Partilhamos todos a mesma ânsia de encontrar a esperança maior, aquela esperança que não confunde nem engana, mas oferece razões para viver, para sofrer, para se alegrar, para não desistir no meio da peregrinação.
Somos todos, ao mesmo tempo, peregrinos de esperança, ou seja, homens e mulheres com esperança, uma vez que Deus já inscreveu nos nossos corações a capacidade de nos pormos a caminho, já somos alimentados por uma esperança viva, que pode, no entanto, ser ainda mal definida, pouco concreta, muito humana e pouco divina. Fomos marcados pela esperança que anima todas as pessoas humanas criadas como seres livres e abertas ao futuro, mas queremos nesta Quaresma tomar a firme decisão de aprofundar a nossa vocação para o encontro com Deus, para O conhecer e O amar, para que seja Ele o rosto e o nome da nossa esperança.
A Quaresma no Ano do Jubileu faz-nos uma pergunta: onde está a raiz da esperança que faz viver? A Palavra da Escritura dá-nos uma resposta: feliz aquele que põe a sua esperança no Senhor. Neste sentido, a peregrinação que é a nossa vida é um percurso interior que nos leva a passar de uma atitude mundana para uma atitude espiritual. Segundo o mundo, a esperança está em nós, nos outros, nos bens e seguranças que dependem das capacidades humanas. Segundo o Espírito, a esperança está no Senhor, nasce do Deus Criador, que nos ama e que, por meio de Jesus Cristo, nos abriu as portas da Vida.
A Quaresma no Ano do Jubileu faz-nos também a pergunta: como fazes crescer a esperança que te faz viver? Jesus dá-nos a resposta: ama a Deus e ama o teu próximo. Também podia dizer-se: por meio da resposta de fé a Deus, que é sinal de que confias n’Ele e O amas; por meio da caridade na relação com o teu próximo, que te leva a construir com ele um futuro feliz.
A Quaresma no Ano Jubilar marcado pela esperança, faz-nos, afinal, uma única pergunta: para que é que eu vivo sobre a terra? A fé cristã dá-nos a resposta, quando nos garante que vivemos para estar em relação de amor com Deus e com os irmãos enquanto peregrinamos sobre esta terra, e para entrarmos na relação definitiva de amor com Deus e com os irmãos no mundo que há de vir, na vida eterna.
Nesta Quaresma somos convidados a ver e compreender quais os sinais de esperança que existem em nós, nos outros e no nosso mundo. Quando vemos alguém a viver uma relação de amizade, de amor e comunhão com Deus, percebemos aí sinais de esperança; quando vemos alguém a amar os outros com uma atitude de caridade, de entrega e até de sacrifício de si mesmo, mas feliz por se dar, reconhecemos aí sinais de esperança. Quando vemos as pessoas e a humanidade a percorrer caminhos de unidade, de solidariedade, de justiça, de diálogo, de amizade e compreensão, percebemos que lá está a esperança que vem de Deus e abre caminhos de eternidade.
Feliz o que põe a sua esperança no Senhor! É urgente tomar a decisão de transferir a razão da nossa esperança do mundo perecível para o Deus eterno. É urgente tomar a decisão de fazer caminho sério e responsável nesta vida terrena que agora vivemos, a partir da fé no Deus que nos salva e nos convida para estar com Ele na vida que virá.
São duas as vias complementares nesta peregrinação: a do acolhimento da fé vivida na comunidade cristã, que nos leva a crescer no amor a Deus por meio da celebração dos sacramentos e da perseverança na oração; e a do acolhimento da fé que se manifesta na orientação da vida para a amizade e a comunhão fraterna com os outros.
Informo os cristãos da nossa Diocese de Coimbra que o produto da Renúncia Quaresmal reverterá a favor dos nossos irmãos da Faixa de Gaza. Convido a uma generosa partilha com aqueles irmãos e irmãs que sofrem e estão privados de todos os bens materiais necessários à vida.
Desejo a todos uma santa Quaresma, que nos conduza à peregrinação da vida nova que irrompeu no mundo com Cristo morto e ressuscitado, a nossa esperança.
Virgílio do Nascimento AntunesBispo de Coimbra