VIGÍLIA DE ORAÇÃO PELA VIDA, COM BÊNÇÃO DAS GRÁVIDAS - SÉ NOVA DE COIMBRA

Ao celebrarmos a vida, celebramos Deus Criador, sua origem e sua fonte; celebramos o ser humano, para o qual se orienta tudo o que existe; celebramos o amor, no qual radica todo o bem, toda a alegria e toda a felicidade.

Nesta vigília, damos infinitas graças a Deus por nos ter feito saborear as delícias da existência, pela grandeza do seu amor por nós, pela bondade e pela beleza do ser humano, pela nossa vida e a dos outros, por este mistério tão sublime, de cujo alcance conhecemos apenas uma ínfima parte.

Olhar para qualquer forma de vida com olhos de contemplação, maravilha-nos, enche de alegria o nosso coração e abre-nos ao conhecimento do Criador, torna-se frequentemente caminho para a fé. “Os céus proclamam a glória de Deus e o firmamento anuncia a obra das suas mãos”, canta o Sl 19, numa manifestação do grande assombro do crente conhece a obra do Criador.

Contemplar a vida humana em todas as suas fases, constitui a forma mais sublime de elevação do espírito para Deus e conduz ao louvor mais sincero e profundo. “Que é o homem para que vos lembreis dele ou o filho do homem para dele vos ocupardes? Fizeste-o pouco inferior ao Anjos; de honra e glória o coroastes”, canta o Sl 8, fazendo sair dos lábios do crente a oração da admiração e das gratidão.

Por estranho que pareça, estamos num tempo em que é preciso ajudar a sociedade a tomar consciência do valor infinito da vida humana, tantos são os meios e os modos de o negar na prática, apesar de se proclamar na teoria.

Não ignoramos os problemas que enfrenta a sociedade e a família, fruto da débil situação económica criada, do vazio ético dominante, da erosão da dimensão religiosa ou da instalação da cultura dos direitos do indivíduo. A vida humana é, no entanto, um valor superior a tudo isso e não pode ser refém da economia, nem da cultura ou de qualquer outro fator dominante da sociedade.

O Advento litúrgico que iniciamos, é sempre prelúdio que anuncia Natal, vida que nasce. Estamos, porém, numa crise de advento e numa consequente crise de natal. A nossa história é cada vez menos marcada pela esperança do futuro porque alheia à esperança de novas vidas. Estamos no tempo da não expectativa, da decadência do advento, da fuga ao natal da vida e, portanto, da hipoteca do futuro.

Impregnados de egoísmo, de coração atrofiado, temos, hoje, dificuldade de compreender as palavras do salmista quando diz: “os filhos são uma bênção do Senhor; o fruto das entranhas, uma recompensa; feliz o homem que assim encheu a aljava” (Sl 126).

Pediremos ao Senhor que alargue os corações das famílias, que os torne fecundos de amor e geradores de vida nova.

Caríssimas mães! Acolhei o exemplo de Nossa Senhora que, de forma livre e responsável, acolheu a Vida no seu coração e no seu seio. Viveu um advento de esperança e trouxe ao mundo inteiro a alegria do natal.

Caríssimos pais! Olhai o exemplo de São José que, de forma disponível, se sacrificou a si mesmo, aceitando dificuldades, pobreza e tribulações para que chegasse até nós o Verbo da Vida.

À Sagrada Família entregamos toda a vida humana gerada, nascida ou por nascer, para que a guarde e a proteja com o amor e o carinho do pai e da mãe. Ámen.

 

Coimbra, 1 de Dezembro de 2012

Virgílio do Nascimento Antunes

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