XXVIII DOMINGO COMUM B - ZAKOPANE – POLÓNIA - 2012.10.14

XXVIII DOMINGO COMUM B

PEREGRINAÇÃO AO SANTUÁRIO DE NOSSA SENHORA DE FÁTIMA

ZAKOPANE – POLÓNIA - 2012.10.14

 

Irmãos e irmãs!

Agradecemos a Deus por nos ter conduzido de novo a este Santuário de Nossa Senhora de Fátima, em Zakopane. Vós, cristãos e filhos fiéis de Nossa Senhora, nesta terra da Polónia, e nós, igualmente filhos devotos da Mãe de Deus, vindos de Portugal, de Fátima, o lugar que ela escolheu para dirigir ao mundo um mensagem profética, no início do século XX.

Portugueses e polacos temos em comum esta devoção à Virgem Maria e alegramo-nos por os nossos países serem “Terra de Santa Maria”. Os nossos reis, num gesto de amor e devoção, quiseram depor a sua coroa para a oferecer a Nossa Senhora, a nossa única rainha. São as histórias longas de dois povos, diferentes na sua cultura, mas ambas radicadas na fé católica e no amor a Nossa Senhora.

Dois povos, um marcado pela devoção à Virgem Negra de Jasna Gora, no Santuário de Czestochowa, e o outro pela devoção à Virgem “mais brilhante que o sol”, no Santuário de Nossa Senhora do Rosário de Fátima. A unir esta única devoção à Mãe de Deus, está o ilustre filho da Polónia, o Beato Papa João Paulo II, tão amado por todos os povos da terra e tão ligado a este Santuário de Nossa Senhora de Fátima de Zakopane. Uma mão materna desviou a trajetória da bala assassina, que ia pôr fim à sua vida no dia 13 de maio de 1981; uma mesma mão materna está sempre atenta para desviar todos os males que atentam contra as nossas vidas. Louvemos a Deus pelo que fez na vida do Papa e da Igreja pela mão de Maria e pelo que faz na nossa vida por meio do seu Imaculado Coração. Consagremos a Nossa Senhora as nossas vidas e digamos “totus tuus, Maria”, “queremos ser todos teus, ó Maria, para sermos todos de Cristo”:

 

A pedido do Papa Bento XVI, a Igreja está a iniciar o Ano da Fé. Esta é uma grande oportunidade para avivarmos o dom de Deus que há em nós e para nos decidirmos a trabalhar na obra de Deus em ordem à salvação do mundo.

Como nos disse o Papa, na Carta Apostólica Porta Fidei (9), “Descobrir novamente os conteúdos da fé professada, celebrada, vivida e rezada e refletir sobre o próprio ato com que se crê, é um compromisso que cada crente deve assumir, sobretudo neste Ano.” A fé é, na linguagem do Livro da Sabedoria, que escutámos, a sabedoria, que o Espírito de Deus nos deu, e que supera todas as riquezas, as pedras preciosas, a saúde e a beleza; a fé é, segundo o Evangelho de São João, a obra de Deus, que consiste em “crer n’Aquele que Ele enviou” (Jo 6, 19), pois Ele tem palavras de vida eterna e oferece a todos o alimento que não morre. Basta que a aceitemos e correspondamos com o coração, com a inteligência e com a vida ao dom que recebemos.

Toda a mensagem de Fátima está ao serviço desta obra de Deus, que consiste em acreditar n’Aquele que o Pai enviou; toda a mensagem de Fátima está o serviço da fé, como caminho de encontro com Jesus Cristo, o Salvador do Mundo.

As aparições do Anjo da Paz ou Anjo de Portugal, em 1916, centraram-se no convite a adorar a Deus, Santíssima Trindade, por estarmos num momento da história em que as ideologias materialistas teimavam em sobrepor o homem a Deus; a mensagem das aparições do Anjo centrou-se na Pessoa de Jesus Cristo e na Eucaristia, por estarmos num tempo em que se exaltavam as possibilidades humanas e terrenas no desejo de aniquilar a força e a presença de Deus na história.

As aparições de Nossa Senhora, em 1917, centraram-se nos apelos à conversão, por meio da penitência e da oração. A conversão como palavra chave do Evangelho e do anúncio de Jesus, consiste em aderir a Deus com o coração e com  vida, numa resposta de amor ao Deus que nos ama. Converter-se, afinal, significa aderir à fé com alegria e testemunhá-la com entusiasmo. Em Fátima, Nossa Senhora diz-nos que, sem a conversão a Deus o homem se perverte, como testemunha a história passada e a história que naquele momento se vivia.

Os caminhos em ordem à conversão são a penitência e a oração, pois são a forma que temos de manifestar a nossa humildade diante de Deus, num mundo e num tempo em que se exaltam de forma arrogante as possibilidades do homem, que pensa já não precisar de Deus e ter nas suas mãos o seu próprio futuro.

A mensagem de Fátima continua atual, por nos apontar constantemente para o Evangelho e por fazer o apelo à conversão na história presente. A linguagem que utilizou foi a dos acontecimentos que ocorriam no início do século XX, que tiveram repercussões bem visíveis ao longo de todo o século, e continuam a marcar o nosso tempo.

Enquanto houver uma humanidade afastada da fé cristã, arrogante na sua incredulidade e no seu ateísmo, encontra todo o seu sentido original a profecia de Fátima, que falou dos erros difundidos no mundo e dos sofrimentos que eles causam. Enquanto a humanidade negar Deus, nega Jesus Cristo como a fonte da salvação, como a verdadeira sabedoria de Deus, por quem nos “vieram todos os bens”.

 

A tristeza do jovem rico referido no Evangelho que escutámos, contrasta com a alegria de Nossa Senhora, desde o momento gozoso da anunciação até ao momento doloroso aos pés da cruz, coroada com a notícia da gloriosa ressurreição e a descida do Espírito Santo sobre a Igreja no Pentecostes.

O jovem rico, homem religioso segundo a tradição judaica, está desejoso de alcançar a vida eterna, mas sente-se preso à terra, agarrado ao materialismo que o seduz mais do que o Cristo que o chama a segui-l’O. Maria, a mulher crente, pobre em espírito, totalmente disponível para acolher os dons de Deus, interiormente livre, segue Jesus Cristo, do presépio ao calvário, na vida toda; não conhece outra palavra senão o “faça-se em mim segundo a Tua palavra”.

Duas figuras diferentes: primeiro, a da pessoa que inicia um caminho de fé, mas facilmente desiste diante das dificuldades provenientes do mundo, dos outros ou do próprio coração; depois, a da pessoa que vive na fidelidade todas as implicações da fé professada, celebrada, vivida e rezada. Eis o paradigma da atitude que Deus e o mundo esperam do cristão: a fidelidade até ao fim, como a de Maria.

Seguindo a escola de Maria, os beatos Francisco e Jacinta Marto, Pastorinhos de Fátima, são para nós como “duas candeias que Deus acendeu”, pois são sinal de uma fidelidade total aos pedidos que Deus lhes faz por meio de Nossa Senhora: “Quereis oferecer-vos a Deus?” A resposta é imediata e para toda a vida: “sim, queremos”. Nossa Senhora continua: “ides, pois, ter muito que sofrer, mas a graça de Deus será o vosso conforto”. A vida deles foi curta, mas de uma fé fiel. Mantiveram a alegria e a confiança da fé até às últimas consequências, sempre na fidelidade a Deus em favor da salvação dos homens.

Na mesma escola de Maria, o beato João Paulo II, Pastor da Igreja Universal, comprometeu a sua vida com Cristo, na fidelidade ao seu lema de vida “totus tuus”. A sua fé foi provada de muitas maneiras, logo desde a infância pela falta da mãe, pelas duras condições de trabalho e pelas perseguições; a sua fé foi inclusivamente provada pelo derramamento do sangue, mas manteve-se fiel.

 

A nossa vinda a este Santuário é um sinal de que queremos manter viva a nossa fé em Jesus Cristo e que queremos ser-lhe fiéis até ao fim. Aqui manifestamos a nossa disponibilidade para seguir a via mariana do seguimento de Cristo, testemunhada pelos Pastorinhos de Fátima e pelo Beato João Paulo II.

No início do Ano da Fé, consagremos a Nossa Senhora de Fátima a fé da Igreja, para que seja fiel no meio de todas as provações; consagremos-lhe a nossa fé para que seja firme como a dos Pastorinhos, disponíveis para aceitar todos os sofrimentos que quiser enviar-nos para a salvação dos pecadores; consagremos-lhe o mundo ainda descrente, para que, numa atitude de humildade reconheça a sua pequenez e os seus limites e se abra a Cristo, o úniconico ﷽﷽﷽﷽﷽ abra a Cristo, o ueleras de Vida Eterna.numa atitude de humildade reconheça a sua pequenez e os seus limites e se abrúnico únic que tem palavras de Vida Eterna.

Por intercessão de Nossa Senhora de Fátima peçamos a conversão dos pecadores, para que se realize a obra de Deus – que todos acreditem no Seu Filho e sejam salvos por Ele. Ámen.

 

Santuário de Nossa Senhora de Fátima

Zakopane, Polónia, 14 de setembro de 2012

Virgílio do Nascimento Antunes

Bispo de Coimbra

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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