Mensagem do Bispo de Coimbra pelas Ordenações 2017

A PROPÓSITO DAS ORDENAÇÕES

Desde que Jesus enviou os seus discípulos a anunciar a Boa Nova do Evangelho a todos os povos da terra até aos dias de hoje, o Espírito Santo não cessou de acompanhar a Igreja. Passaram tempos de entusiasmo e de perseguição, viveram-se os tempos da cristandade e da secularização, mas surgiram sempre novas esperanças de presença da Igreja no meio do mundo que Deus quer salvar.

A Igreja de sempre, com Cristo por cabeça e com a humanidade dos batizados por corpo, por ser de fundação divina, continua a ser sacramento da salvação de Jesus Cristo, apesar de todas as vicissitudes da história. Ela traz em si as sementes da renovação operada pelo Espírito que a não deixa ficar perdida nos meandros das falências humanas. É agora uma Igreja mais pobre e mais confiante na força do Espírito, mais consciente de que foi chamada para servir e dar a vida como discípula de Jesus, Aquele que veio para servir e dar a vida.

O rosto da Igreja é agora mais ministerial, procura fazer resplandecer a comunhão de Deus com a humanidade, abre-se à manifestação dos dons do Espírito que, sendo múltiplos, conduzem à santificação de todo o Corpo. Ao defini-la como Povo de Deus, no qual todos os batizados são iguais em dignidade, o Concílio Vaticano II convida todos os seus membros a uma corresponsabilidade ativa, segundo a qual ninguém pode ficar de fora.

O fato de no próximo dia 25 deste mês de junho termos a graça de ordenar 17 diáconos permanentes, um diácono com vista ao presbiterado e dois presbíteros, é um sinal bem claro deste modo de ser da Igreja de Cristo, assumido pela Igreja Diocesana de Coimbra. Os inúmeros homens e mulheres que assumem ativamente a sua condição de construtores do templo do Senhor como pedras vivas, tanto nos serviços litúrgicos como na evangelização ou na caridade, significa que o caminho aberto pelo Espírito Santo se tem vindo a percorrer. As comunidades cristãs não poderiam sobreviver sem essa irrupção dos dons de Deus discernidos e acolhidos como verdadeiros carismas em ordem a ministérios e serviços orientados para o bem comum.

A confiança que nasce dos novos caminhos abertos ao anúncio do Evangelho e à construção da Igreja não pode deixar-nos tranquilos diante da extrema diminuição do número de sacerdotes na comunidade diocesana, pois o ministério sacerdotal tem um lugar insubstituível na edificação e santificação do Povo de Deus. Muitas comunidades já se vêm privadas da presença habitual e próxima do sacerdote, sinal visível de Cristo Pastor, e da Eucaristia, fonte da santificação do Povo e sacramento do louvor e da ação de graças. Tornou-se mais difícil o acesso à reconciliação sacramental com Deus, o acompanhamento espiritual dos cristãos e a presença reconfortante dos ministros de Deus nas situações de pobreza, de doença, de luto e de dor.

Convido toda a comunidade diocesana a dar graças a Deus pelo grande dom de novos diáconos e presbíteros que nos concede; e peço a todos que, humildemente, mas com fé e esperança, desenvolvamos os dinamismos da evangelização, nos abramos aos caminhos do crescimento espiritual, acolhamos as propostas de enraizamento em Cristo e intensifiquemos a oração confiante em favor das vocações sacerdotais.

Na esperança de nos encontrarmos para o louvor a Deus, que cuida de nós como filhos queridos, imploro para todos a Sua bênção e a proteção da Virgem Maria.

Virgílio Antunes, bispo

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