Saudação ao povo de Deus da Diocese de Coimbra

SAUDAÇÃO AO POVO DE DEUS DA DIOCESE DE COIMBRA

O Santo Padre Bento XVI acaba de me nomear bispo de Coimbra. A Sua Santidade o Papa asseguro a comunhão no ministério e a cooperação fiel em ordem à construção da Igreja de Jesus Cristo, de cuja unidade é o sinal visível, e peço que me confirme na fé católica e apostólica.

Nestas circunstâncias muito especiais, quero dirigir-vos uma saudação fraterna e manifestar a minha plena disponibilidade para ir ao vosso encontro na realização da missão que a Igreja de Deus me confia.

Nesta saudação incluo todos os membros da porção do Povo de Deus, que é a diocese de Coimbra: os presbíteros, diáconos e seminaristas; os religiosos, religiosas e membros de institutos seculares; a grande multidão de leigos de todas as condições.

Dirijo-vos uma palavra especial, a vós, jovens, rapazes e raparigas, cheios de sonhos de uma vida grande e bela, que hoje encontrais tantos obstáculos à vossa realização. Convido-vos a procurar em Cristo, o vosso companheiro de todas as horas, a alegria e a esperança que buscais. Espero encontrar-vos frequentemente e dedicar-vos parte significativa da minha acção pastoral.

Ao senhor D. Albino Cleto e ao senhor D. João Alves envio um forte abraço, sinal da grande admiração pelo testemunho de fé e de amor à Igreja, que têm dado. Reconheço o trabalho que realizaram nos longos anos de ministério e agradeço a amizade que têm manifestado para comigo.

Respeitosamente saúdo as autoridades autárquicas, académicas, civis e militares presentes na área da diocese de Coimbra, augurando a mais frutuosa mútua colaboração. Cumprimento afectuosamente todos os membros das outras Igrejas Cristãs, os que professam outras religiões e todos os homens e mulheres de boa vontade.

Quando penso no convite que a Igreja acaba de me fazer e na aceitação que manifestei, volto sempre às convicções, já remotas, que me fizeram avançar no caminho da vida cristã e da vocação sacerdotal. Recordo que nos anos da juventude me deixei seduzir por Cristo, considerei que Ele era o “tudo” da minha vida e teria em mim o primeiro lugar. Desejei, desde então, estar disponível para servir onde a Igreja precisasse de mim. Procurando ser fiel ao Deus que me amou e que agora me chamou a um novo serviço, consciente das limitações e dificuldades, canto agradecido os seus louvores.

À Igreja de Coimbra une-me uma já longa ligação, desde o tempo em que aí fiz a minha formação teológica, até aos anos mais recentes de docência no Instituto Superior de Estudos Teológicos. Ao olhar para a Igreja que sou chamado a servir, gostaria de vos dizer que, a partir da fé na presença operante do Espírito Santo, vislumbro nela uma imensidão de potencialidades. Temos a graça de viver num tempo de grandes desafios à fé cristã e ao testemunho vivo de todos os membros da Igreja. Vejo diante de nós os desafios da nova evangelização, que nos pedem um novo entusiasmo e um novo fascínio pela pessoa de Jesus Cristo, o Evangelho que acolhemos e anunciamos. Confio no vigor da vossa fé, no vosso amor a Cristo e à sua Igreja; em comunhão uns com os outros e com Deus, podemos dar ao mundo novas sementes de esperança.

Pedi a Deus por mim, para que a minha presença no meio de vós constitua um serviço à fortaleza da vossa fé, um incentivo aos laços de comunhão eclesial.

Aqui, na Capelinha das Aparições, no Santuário de Fátima, confio a Nossa Senhora a vida e o ministério, nesta nova etapa da minha entrega à Igreja. Peço-lhe que interceda por mim e por vós, junto do Deus, Santíssima Trindade, que adoramos.


Santuário de Fátima, 28 de Abril de 2011
P. Virgílio do Nascimento Antunes

 

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