Imaculada Conceição da Virgem Santa Maria 2021 - Homilia de Dom Virgílio

IMACULADA CONCEIÇÃO DA VIRGEM SANTA MARIA
PADROEIRA DA UNIVERSIDADE DE COIMBRA

Caríssimos irmãos e irmãs!

A celebração da Solenidade da Imaculada Conceição da Virgem Santa Maria volta a encher de esperança a Igreja de Deus porque lhe manifesta de novo a certeza de que é possível a renovação pessoal e comunitária.

Estamos muito precisados de estímulos que nos levem a empreender um caminho de renovação da Igreja e da humanidade, nas suas pessoas, nas suas estruturas e nos seus ideais de vida, bem conscientes da realidade que vivemos.

A mensagem do Evangelho de Jesus Cristo é verdadeiramente inspiradora e oferece sempre novas vias de esperança e de renovação. O texto de hoje, ao oferecer-nos o anúncio do Anjo Gabriel a Maria e ao proclamar a promessa do nascimento do Filho do Altíssimo, está a manifestar essa possibilidade da renovação, mesmo nas circunstâncias menos expectáveis, porque a Deus nada é impossível.

A força da renovação oferecida por Deus à humanidade é realçada no texto do Evangelho pela referência à virgindade de Maria, por um lado, e pela idade avançada de Isabel, por outro. Duas situações naturalmente perdidas, que encontram as vias de saída na força do sopro inspirador do Espírito de Deus e na cooperação daquelas duas criaturas humanas, disponíveis para dar o seu contributo e porem a sua vida ao serviço da causa maior.

Já o protoevangelho da salvação narrado pela página do livro do Génesis que escutámos, salientava, numa linguagem muito distante no tempo e na cultura, as possibilidades de renovação da humanidade inspirada por Deus, em todas as situações, mesmo nas mais adversas.

Depois de o Homem ter comido o fruto proibido que lhe foi dado pela mulher, tentada pela serpente, estaria a humanidade definitivamente banida da relação com Deus e impossibilitada de morar nos lugares da sua sobrevivência. Manifesta-se-lhe não somente a nova possibilidade de sobreviver a essa tragédia, mas também a força para vencer a tentação instalada em si.

O nome de Eva que o homem dá à mulher significa a possibilidade de renovação da humanidade: aquela que estaria à beira da destruição e da morte anunciada por ter ousado comer do fruto da árvore proibida, será a mãe de todos os viventes.

A Virgem Maria, que hoje celebramos, assume no Novo Testamento o lugar da antiga Eva e torna-se a nova Eva, ou seja, a mulher que é mãe do Vivente, de Jesus Cristo, o Filho de Deus, n’O qual todos são viventes e encontram a via da renovação das suas vidas.

Neste sentido, a solenidade de hoje não se reduz a uma homenagem à Imaculada Conceição nem a uma exaltação individual d’Aquela que é digna de todos os nossos louvores. Trata-se de celebrarmos com a Virgem Maria enquanto mãe de todos os viventes e enquanto Igreja as maravilhas de Deus, como há pouco cantávamos, d’Aquele Deus que se dá a conhecer, se aproxima de nós e nos dá a possibilidade de contínua renovação de nós mesmos e das nossas realidades humanas até que sejamos todos juntos “um hino de louvor da sua glória” (Ef 1, 12).

Este lugar em que hoje celebramos a Eucaristia da Solenidade da Imaculada Conceição, aqui no coração da Universidade de Coimbra, faz-nos pensar de um modo especial nos jovens, os mais diretos e mais numerosos interlocutores desta instituição, tão relevante para eles e para a vida da nossa comunidade.

Gostamos de pensar numa Universidade centrada nos jovens como a força de transformadora da sociedade, quando têm a possibilidade de fazer um caminho feliz na cultura, nas relações humanas, na densidade espiritual, na abertura aos outros como vocação de todos os que são chamados pela sua condição humana a ser vida e dar vida.

A nossa Padroeira abre-nos sempre novos horizontes de superação do mundo envelhecido que nos rodeia ou que habita dentro de nós e, na sua juventude, oferece-nos a certeza de que não estamos condenados a ser escravos de nada. A graça de Deus e a nossa decisão hão de levar-nos a vencer os “impossíveis” que diariamente nos surpreendem.

A nossa Diocese de Coimbra está comprometida com a missão de envolver os jovens na edificação da Igreja, de lhes proporcionar o encontro com Jesus Cristo e de os acompanhar no seu discernimento vocacional.

Nestes três objetivos do nosso Plano Pastoral, queremos colher a solicitude da Virgem Maria, que, como Mãe, envolve os seus filhos, os conduz ao encontro com o Filho Salvador e os ampara nos percursos de vida.

Instituições diversas na sua indentidade e nos seus fins específicos, a par com muitas outras presentes na nossa sociedade, honramos a nossa Padroeira quando proporcionamos a possibilidade de construção de caminhos de uma renovação integral aos jovens.

Qua a Imaculada Conceição continue a inspirar-nos pessoalmente na procura dos caminhos de renovação humana e espiritual; que ela continue a inspirar as nossas instituições para que se renovem a partir da confiança em Deus e do seu amor por todos os viventes.

Coimbra, 08 de dezembro de 2021
Virgílio do Nascimento Antunes
Bispo de Coimbra

 

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