João Paulo II começou por convidar os
cristãos a não ter medo e a abrir as portas a Cristo. Vinte
e seis anos depois, disse ao mundo que estava preparado e
partiu para a casa do Pai. Pelo meio, ficou uma missão sem
fronteiras e sem intervalos, até ao fim.
Optou por fazer-se ao largo e partir ao
encontro das pessoas pelos caminhos do mundo. Jornais e
revistas publicaram o 'papamundi' onde se vê por onde andou
João Paulo II. Deu várias voltas à terra e partiu com o
amargo de boca de não ter ido nem à Rússia nem á China. Foi
um Papa missionário que escreveu que todos são chamados á
santidade e à missão.
Apostou no empenho pelo justiça, paz e direitos humanos.
Disse que 'não há paz sem justiça e não há justiça sem
perdão'. Para evitar o início da guerra no Iraque, lembrou
que 'a guerra é sempre uma derrota da humanidade'. Em
Angola, gritou no Huambo: 'Nunca mais a guerra, paz a Angola
para sempre!'
Tentou unir as Religiões pela Paz. O Encontro de Assis é,
para o mundo inteiro, um símbolo de comunhão entre as
grandes famílias religiosas, unidas em oração pela causa da
Paz. A onda cresceu e multiplicaram-se as iniciativas que
valorizaram o diálogo ecuménico e inter-Religioso.
João Paulo II quis olhar os jovens como presente e futuro da
Igreja. Disse que 'a Igreja só será jovem quando os jovens
forem Igreja' e foram milhões os que participaram nas
Jornadas Mundiais da Juventude que se realizaram já nos
cinco continentes.
Ninguém como João Paulo II soube lidar com os media ao
serviço do Evangelho. O modo como cobriram as suas viagem
apostólicas e, no fim, a sua agonia e exéquias foi uma prova
evidente de que a sua figura se tornou incontornável para a
agenda das televisões, rádios e imprensa.
No longínquo ano de 1978, o Cardeal Karol Wojtyla,
confiou-se a Maria. Esta devoção fê-lo percorrer todos os
grandes santuários marianos do mundo e Fátima esteve sempre
no seu coração. Aqui veio, em 2000, mais uma vez, desta
feita para beatificar a Jacinta e o Francisco. O Papa acabou
por falecer no mesmo ano da Irmã Lúcia.
A última grande batalha foi a da Eucaristia. Pediu aos
católicos que dedicassem este ano à 'fonte e cume da Igreja'.
Na Mensagem para o Dia Mundial das Missões, a celebrar em
Outubro próximo, João Paulo II construiu mais uma ponte
entre a Eucaristia e a Missão: "A Virgem, Mãe de Deus, nos
ajude a reviver a experiência do Cenáculo, para que as
nossas Comunidades eclesiais se tornem autenticamente
'católicas'; ou seja, Comunidades em que a 'espiritualidade
missionária', que é 'comunhão íntima com Cristo' se põe em
íntima relação com a 'espiritualidade eucarística', que tem
como modelo Maria, 'mulher eucarística'; Comunidades que
permanecem abertas à voz do Espírito e às necessidades da
humanidade; e Comunidades onde os fiéis, e especialmente os
missionários, não hesitam em fazer-se 'pão partido para a
vida do mundo'".
Obrigado João Paulo II.
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