(Re)evangelizar,
precisa-se!
Promovido
pelo Secretariado Diocesano da Pastoral da Família (SDPF), com a
colaboração das paróquias do projecto ENAR (Evangelização das
Novas Áreas Residenciais) e de diversas estruturas diocesanas
(CADC, Servidores do Evangelho, Focolares, Renovamento
Carismático e Curso ALPHA), realizou-se no passado dia 19 de
Novembro, no auditório da Livraria Bertrand, no Centro
Comercial Dolce Vita, em Coimbra, mais uma sessão do
ciclo de encontros sobre a (nova) evangelização das famílias,
subordinada ao tema “A Família no Centro”.
A sessão,
que assumiu a forma de painel, foi moderada por Jorge Cotovio,
do SDPF, e contou com a participação do casal Rosa Maria e
Carlos Campos, do Caminho Neocatecumenal, Padre Luís
Francisco, da Unidade Pastoral de S. Martinho do Bispo,
Alexandra Quaresma, da Associação Kerygma e António Gaspar, do
curso ALPHA.
No início
da sessão, tomou a palavra D. Albino Cleto, que estimulou os
presentes (largas dezenas de cristãos que superlotaram o
auditório) a não desistirem de anunciar Jesus Cristo a todos,
mas muito em especial aos casais novos. E, para isto, há que
apostar no testemunho de vida “e em tudo o que vier à cabeça
para tornar Jesus Cristo mais conhecido e amado”.
Do muito
partilhado na sessão ao longo de duas horas – onde ficou bem
vincada a riqueza da diversidade de experiências e carismas –,
reconheceu-se que a Igreja, os cristãos, não estão despertos
(nem preparados) para cativar os não crentes ou os católicos
que se afastaram da prática cristã. Ou seja, falta traquejo
para anunciar Jesus Cristo em meios descristianizados.
E para se
poder dar a volta a esta “ineficácia”, será preciso, entre
outras coisas, ter cristãos motivados e empenhados, que dêem
testemunho da sua Fé, com energia. Será necessário desenvolver
o compromisso missionário dos cristãos, investindo na pastoral
da sapatilha em lugar da pastoral da manutenção,
indo ao encontro dos não crentes nos seus locais de trabalho,
nas ruas, nas suas casas, privilegiando o contacto pessoal, a
palavra, o afecto. Será preciso promover a cooperação entre
padres e leigos (assumindo cada qual a sua vocação específica)
e entre as diversas estruturas e movimentos diocesanos. Embora
não haja “receitas”, será urgente multiplicar os métodos de
evangelização, potenciando muitos dos já existentes (e neste
sentido, diversos ramos do saber, tais como o marketing e as
tecnologias da informação e comunicação, poderão dar uma ajuda
magnífica, conforme ficou provado neste encontro).
Em suma, é
preciso mudar, é preciso questionar o papel da paróquia e as
acções rotineiras, é preciso adequar as estruturas pastorais e
os movimentos, é preciso personalizar as relações humanas na
Igreja, é preciso fazer as coisas com qualidade e sentido.
Tudo isto assente na oração e numa vida quotidiana vivida em
profunda intimidade com Deus e com os irmãos, sobretudo com os
que mais necessitam de ajuda.
Foi,
igualmente, realçado o facto de se ter realizado esta acção
num local pouco comum, numa catedral do consumo, no
meio do povo anónimo (será justo assinalar e agradecer todas
as facilidades que a Livraria Bertrand proporcionou). E
não passou despercebida aos presentes a quantidade de pessoas
que, passeando na livraria, espreitou para o auditório. Alguns
acabaram por se reter durante largos instantes. Desta vez,
porém, o público era maioritariamente o mesmo que frequenta as
nossas igrejas. De futuro, urge atingir os outros. É esse o
grande desafio que se põe à Igreja e aos cristãos.
Esta
dinâmica vai continuar, em conjunto, em articulação. Nesta
caminhada, foram convidadas doze estruturas diocesanas. Só
cinco aderiram. Contudo, tal facto não impedirá de se avançar
com mais iniciativas do género, procurando encontrar novas
formas, criativas e ousadas, de anunciar Jesus Cristo aos
homens e mulheres de hoje.
Jorge
Cotovio |