Na missa celebrada em sufrágio pelo Papa no dia
seguinte às suas exéquias, o cardeal Francesco Marchisano
revelou que ficou curado de um grave problema na garganta
depois de João Paulo II rezar por ele e o tocar.
O purpurado italiano, arcipreste da Basílica de São Pedro do
Vaticano, amigo pessoal de Karol Wojtyla desde 1962, revelou
este detalhe até agora desconhecido na eucaristia que
concelebrou nesse mesmo templo com o arcebispo Stanislaw
Dziwisz, secretário pessoal do Papa.
No segundo dia dos «novendiali», os nove dias de missas em
sufrágio pelo Papa, após suas exéquias, o cardeal recordou que
há cinco anos «haviam-me operado à carótida e por um erro dos
médicos a corda vocal direita ficou paralisada, obrigando-me a
falar de maneira quase imperceptivel».
«Como um pai, João Paulo II veio ao meu ao encontro e começou
a tocar-me durante dois ou três minutos onde me haviam
operado», acrescentou com lágrimas nos olhos.
«Eu fiquei sem palavras -reconheceu-. Enquanto isso, o Papa
dizia-me: “Não tenhas medo, verás, verás... O Senhor te
devolverá a voz. Verás. Eu rezarei por ti. Verás...”».
«Pouco depois fiquei curado», recordou Dom Marchisano, que na
homilia afirmou: «demos graças também ao Senhor por ter dado à
sua Igreja um Papa como este, e peçamos ao Senhor a graça de
querer dar à sua Igreja outros Papas que sigam este caminho».
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