Terminou a primeira das três
semanas que há-de durar este Sínodo dos Bispos sobre a Eucaristia.
As longas sessões diárias foram quase todas preenchidas por
comunicações dos 256 Bispos participantes, comunicações escritas e
previamente entregues, para que o serviço de tradução simultânea
em 5 línguas as possa previamente traduzir.
Duram no máximo 6 minutos, electronicamente assinalados e
terminados com o corte do microfone! Se assim não fosse, como
poderiam ainda falar muitos outros que esperam por vez?
“Que os cristãos que celebram a Eucaristia dêem sinais claros de
caridade efectiva e concreta a favor dos mais necessitados” – Esta
uma afirmação escutada, saída do coração de um Bispo da América
Latina, como outras semelhantes, vindas de participantes das
igrejas do hemisfério Sul.
Os da Europa, mostram-se preocupados sobretudo com a progressiva
secularização, que leva a uma baixa acentuada da frequência
dominical. Mas nem tudo são lamentos: surgem por vezes testemunhos
edificantes da África, a relatarem-nos a festa que é a Missa
Dominical; e como não havia eu de me emocionar, ao ouvir Bispos da
Índia a descrever-nos a importância que continua a ter a adoração
ao SS. Sacramento, até pela noite fora… Ah! Portugal missionário,
que nem tu calculas a fé que semeaste!
“Uma verdadeira floresta”, exclamava um Bispo, pedindo uma síntese
de tantas questões referidas: Beleza da Eucaristia, liberdades
litúrgicas, desvios teológicos, expressão de unidade, falta de
padres, urgência de catequese, modos de comungar, qualidade das
celebrações, imperativos de inculturação…
A segunda semana, já com reuniões feitas por grupos linguísticos,
vai ajudar a arrumar a mesa. E não será difícil, uma vez que
alguns assuntos se vêm naturalmente acentuando. Entre eles, o
cuidado em não reduzir a mesa da Eucaristia a um convívio entre
irmãos, pois que ela é, antes de mais, comunhão com o Cordeiro
sacrificado; e também os problemas levantados pela falta de
sacerdotes, com a procura de soluções para ela.
O Santo Padre apareceu em todas a sessões e esteve presente em
quase toda a sua duração. Impressiona-nos nele a simples
proximidade, como nos sensibilizou também o seu propósito de nos
acompanhar numa hora de adoração ao SS. Sacramento, que vamos
fazer em S. Pedro, às 17,00 horas de segunda-feira, dia 17.
Que Coimbra nos acompanhe nesta hora de contemplação diante do
Cordeiro Imolado.
+ Albino Mamede Cleto, Bispo de Coimbra
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