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MÉTODOS DE PLANEAMENTO

FAMILIAR DE AUTO-OBSERVAÇÃO
 
 Uma entrevista de Margarida Brito Correia à Enfermeira Mary Anne Stilwell d’Avillez,

 Fevereiro de 2001

 

O que são os métodos de auto-observação?

Os métodos de auto-observação são métodos de Planeamento Familiar segundo os quais o casal usa os dados que a mulher obtém através da observação de sinais que o seu corpo lhe dá sobre a sua fertilidade, para regular o nascimento dos seus filhos conforme o seu projecto de vida.

Pode explicar brevemente os métodos de auto-observação mais significativos?

O Método Billings (ou Método da Ovulação) foi desenvolvido pelos Drs. Billings, um casal de médicos australianos. O Dr. John Billings foi o primeiro a reconhecer e verificar cientificamente a importância do muco cervical para a fertilidade da mulher. Este muco é produzido nas criptas do colo do útero na fase do ciclo menstrual em que o aparelho reprodutor se prepara para a ovulação, e é essencial para a sobrevivência dos espermatozóides no corpo da mulher. Sem muco fértil os espermatozóides não sobrevivem. A mulher pode aprender a observar este muco que, pela força da gravidade, desce na vagina e aparece na vulva, parte exterior da vagina, e assim averiguar a fase do ciclo menstrual em que está fértil. Convém sempre que a mulher seja ajudada por alguém com experiência neste campo a interpretar as suas observações até se sentir segura.

O Método da Temperatura foi desenvolvido nos anos 1920 quando se descobriu que após a ovulação a temperatura basal da mulher sobe uns décimos de grau. A mulher tira a sua temperatura todas as manhãs antes de se levantar. Quando verifica que a temperatura subiu 3/10 em relação à sua média baixa, se manteve alta durante três dias e não tem mais do que 1/10 de diferença entre a primeira e a terceira temperatura, sabe que já se deu a ovulação e que entrou na fase infértil do seu ciclo. No entanto, como a temperatura não indica o início da fase fértil este método não deve ser usado por si só, mas sim em conjunto com a observação do muco cervical.

O Método Sintotérmico combina a observação do muco fértil com a medição da temperatura e a interpretação de outros indicadores de fertilidade.

O LAM (“Lactational Amenorrhea Method” ou Método da Amenorreia na Lactação) pode ser usado no pós-parto durante o período de amamentação. É baseado no facto de a hormona segregada durante a amamentação, a prolactina, inibir a ovulação. Para seguir este método têm de estar reunidas várias condições: o bebé ter menos de 6 meses e ser exclusivamente amamentado, sem suplementos nem outras “papas”, e a mãe não ter tido nenhuma perda de sangue após a cessação dos lóquios. Nestas condições, a taxa de eficácia do método é de 98%. No entanto, se a mulher tem prática na observação do muco fértil e continua com essa observação nesta fase, a taxa de eficácia aumentará pois notará logo algum sinal de retorno da fertilidade. Pode precisar de algum apoio técnico nesta fase.

O Método do Calendário (de Ogino-Knauss, das contas ou da tabela) já não é considerado um método de planeamento familiar. Não tem bases científicas e não tem validade.

Métodos de auto-observação, métodos naturais, planeamento familiar natural: são tudo sinónimos?

Todos estes termos descrevem o mesmo grupo de métodos. Actualmente prefere-se o termo “métodos de auto-observação”.

Qual a eficácia dos métodos de auto-observação relativamente à dos métodos artificiais?

A eficácia do Método Billings e do Método Sintotérmico é comparável à eficácia da pílula. Os estudos demonstram uma eficácia de 99,2% para a pílula quando esta é tomada seguindo todas as indicações e de 99% para os métodos de auto-observação quando o casal está motivado, foi bem ensinado e segue as regras. [ver caixa]

Mas não se ouve tantas vezes dizer que os métodos naturais são pouco eficazes? Porquê?

Infelizmente existe muita ignorância sobre a evolução científica no campo do planeamento familiar natural. A maioria das pessoas acha que só existe o método das contas (ou de Ogino-Knauss). Os meios de comunicação social estão muito mal informados neste campo e são raros os artigos sobre planeamento familiar que descrevam correctamente os Métodos de Auto-Observação. Infelizmente identificam estes métodos como “Métodos de Igreja”, pensados para que as pessoas tenham muitos filhos! Ora a Igreja defende uma paternidade responsável e não “tem” métodos de planeamento familiar podendo, no entanto, recomendar certos métodos como sendo aqueles que melhor defendem os seus valores. Não são só os valores da Igreja que são respeitados pelos utentes dos métodos de auto-observação, mas também valores ecológicos. São muito procurados por mulheres que estão “cansadas” dos métodos artificiais.

Além disso os métodos de auto-observação não dão dinheiro a ninguém pois não há nada para vender. No entanto, talvez os piores “inimigos” destes métodos sejam aqueles casais que os usam sem os ter aprendido devidamente e, ao terem uma gravidez “não planeada”, não assumem a sua ignorância perante aqueles que os rodeiam, preferindo “culpar” o método usado.

Os métodos naturais, relativamente aos artificiais, trazem benefícios ou prejudicam a saúde?

Os métodos naturais são totalmente inócuos em relação à saúde porque não interferem com o funcionamento normal do aparelho reprodutor. Embora não se possa dizer que tragam benefícios para a saúde — a mulher não se vai tornar mais saudável simplesmente porque usa estes métodos — têm uma grande vantagem: a mulher, por vir a conhecer tão bem o seu corpo e o seu ciclo menstrual, detecta logo qualquer anomalia, o que a pode levar a procurar apoio médico precocemente e assim evitar que o problema se torne mais grave. (...)

O Planeamento Familiar Natural é apenas uma forma de evitar ou espaçar os filhos, ou acaba por ser uma filosofia de vida a dois?

Realmente aquilo que começa muitas vezes por ser simplesmente “um método” torna-se numa filosofia de vida. O uso dos métodos de auto-observação obriga a uma comunicação constante entre o casal. Quase diariamente precisam de falar sobre a sua vida a dois, as suas prioridades. Tudo o que estimula a comunicação entre o casal é positivo. Com estes métodos olham um para o outro de frente, aceitando-se mutuamente no seu todo, que inclui a sua fertilidade, gerindo-a responsavelmente. O marido muitas vezes maravilha-se com a beleza e a complexidade do ciclo da sua mulher. Em cada ciclo, ambos são confrontados com o facto maravilhoso de poderem ser os co-criadores de um novo ser humano, se assim o desejarem.

Qual a utilidade dos métodos para quem tem problemas de infertilidade?

A taxa de casais inférteis tem vindo a aumentar no mundo ocidental. O “stress” que muitas mulheres e homens sofrem no seu dia-a-dia afecta o funcionamento do aparelho reprodutor. Habituámo-nos de tal maneira a “controlar” a nossa fertilidade que achamos que basta querer engravidar para que isso aconteça, mas muitas vezes não é assim e o casal torna-se ansioso.

Uma mulher que usa os métodos de auto-observação aprende a conhecer o seu corpo e sabe identificar os dias mais férteis do seu ciclo em que é mais provável que engravide. Nem todos os ciclos são ovulatórios e nesse caso é importante saber identificar aqueles que são. Ao acompanhar vários casais de noivos na sua aprendizagem dos métodos tem-nos sido possível identificar pequenas anomalias nos ciclos que se resolveram com tratamentos simples, evitando que o casal chegasse mais tarde a um estado de angústia por não conseguir engravidar. Sem esta observação dos sinais de fertilidade nunca teriam dado por isso.

Como é que um casal pode aprender os métodos em Portugal?

Ao contrário de muitos outros países, há poucos locais onde se ensinem os métodos de auto-observação em Portugal. Era óptimo que mais pessoas se oferecessem para receber formação como monitores destes métodos. É importante que quem ensina seja também utente, embora não tenha de ser profissional de saúde. Na zona de Lisboa organizam cursos [tanto em Lisboa como em outros pontos do país]:

Movimento de Defesa da Vida
Rua da Beneficência, 7 -1º, Lisboa
Tel. 21 799 4530
Email: mdv@clix.pt

Fundação Família e Sociedade
Rua Viriato, 23 – 6.º Dto, Lisboa
Tel. 21 315 2657;
Email: familia.sociedade@netc.pt

 
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