A Igreja sabe que a evangelização e a prática da fé cristã
passam pela família, ainda que não se reduzam a ela.
Mas, é aqui que tudo começa. Os pais devem ser os
primeiros evangelizadores de seus filhos. Devem suscitar a abertura
dos seus corações e mentes para Deus. Devem dar-lhes a conhecer
Jesus Cristo, com quem devem promover um encontro de amor, confiança
e intimidade interior.
Hão-de cultivar neles a devoção e o amor a Maria
Santíssima, Mãe de Deus e nossa Mãe.
Ensiná-los a rezar: em especial a oração do
rosário, essa oração tão importante, que é ao mesmo tempo uma
catequese constante.
Levá-los à Igreja e depois a receber os
sacramentos e participar da comunidade eclesial. Em casa, ensinar-lhes a prática da caridade fraterna,
do perdão, da solidariedade, da justiça, da honestidade, do amor ao
trabalho, enfim cultivar neles todas as virtudes cristãs e humanas. Com
exemplo e a palavra.
O exemplo dos pais é decisivo para a educação dos
filhos.
A Igreja afirma a importância da vocação para a vida conjugal e
familiar. Por isso o Papa, no 4º Encontro Mundial com as Famílias, em
Manila, quis sublinhar que a família é uma boa notícia para o mundo e
continuará sendo uma boa notícia para o mundo no 3º milénio.
Isso significa que a família tem uma missão
fundamental a cumprir na história humana e na história da salvação.
Não podemos deixar que a família seja enfraquecida ou
desestabilizada. Promover a família é garantir o bem do presente e
do futuro da humanidade.
REZAR EM FAMÍLIA É
TRANSFORMAR O MUNDO
Recuperar o sentido espiritual da vida e da família é
hoje uma prioridade imperativa.
A família está a ser, de facto, bombardeada por todo o tipo de influências
negativas e desagregadoras numa sociedade permissiva. Está ameaçada na sua
existência institucional, com consequências que constatamos e vivemos
todos os dias em nossas próprias famílias, nas escolas e nas cidades.
“Rezar em família”, porém, é recuperar a prática sadia
das famílias
cristãs, que vivem e transmitem valores e ideais aos próprios filhos, que fundamentam e fortificam mais os alicerces da sociedade e da
civilização.
Isso implica constância, fidelidade e audácia para ir contra
a corrente e para impedir que os tecidos da sociedade sejam afectados pelos não-valores,
pelas ideologias do relativismo
e pela permissividade.
Defendendo e promovendo a família, como instituição,
como célula básica da sociedade, como o lugar da primeira e indispensável
educação para todos os âmbitos (cultural, social e espiritual), como o
lugar primário e privilegiado das relações humanas, somos construtores da
sociedade, somos os verdadeiros artífices duma sociedade com valores e com
futuro.
Neste sentido, quando uma família reza transforma
o mundo. Quando uma família reza, quando uma família se reúne para
se dirigir a Deus em oração, é certo que o mundo se transforma, que algo
vai mudar nos corações dos membros da família multiplicando-se na vida e
nas relações da família humana.
O Papa João Paulo II na sua Exortação Apostólica sobre a família, com o
titulo “Familiaris Consortio”, apresenta uma esplêndida definição da
família, que resume todas as experiências humanas, toda a grandeza da
instituição e toda a força da “célula primária e vital da sociedade”. Ele
afirma: “A família é o Santuário doméstico da Igreja. Em tal sentido, a família cristã é chamada a santificar-se e a
santificar a comunidade cristã e o mundo” (n. 55).
Nesta mesma linha o Papa João Paulo II continua:
“O FUTURO DA
HUMANIDADE PASSA PELA FAMÍLIA”.
Renovemos, pois, os nossos compromissos na edificação da família cristã!
Olhemos para a Família de Nazaré, como modelo de santuário doméstico,
aonde se viveu a mais elevada experiência familiar.